O Governo central apresentou um déficit primário de R$ 22,404 bilhões em agosto, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (3). O resultado compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social.
Com isso, no acumulado de 12 meses até o mês passado, o governo central teve déficit de R$ 227,5 bilhões, o equivalente a 1,98% do PIB (Produto Interno Bruto).
No mês anterior, o saldo negativo foi de R$ 22,4 bilhões, enquanto, em agosto de 2023, o déficit primário foi de R$ 26,730 bilhões.
Os dados do Tesouro mostram que houve alta de 6,2% acima da inflação na receita líquida, que exclui transferências para governos regionais, na comparação com o mesmo mês de 2023, atingindo R$ 148,934 bilhões.
Foram destaques o crescimento de 12,6% acima da inflação no recolhimento de tributos administrados pela Receita Federal, com impulso principalmente da arrecadação de Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Cofins.
Já os recursos não administrados pela Receita tiveram queda real de 2,8%, puxado por um recuo em dividendos e participações.
Do lado das despesas, houve uma alta real de 2,0%, para R$ 171,338 bilhões. Nessa conta, foram observadas elevações nos gastos com benefícios previdenciários, abono salarial e seguro desemprego.
Em setembro, a equipe econômica projetou que o governo central fechará 2024 com déficit primário de R$ 28,3 bilhões, com R$ 400 milhões de margem em relação ao limite inferior da meta.
Déficit primário em agosto é de R$ 21,4 bi, diz BC
O setor público consolidado apresentou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto, resultado inferior ao saldo negativo de R$ 22,8 bilhões registrado no mesmo período de 2023, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central do Brasil.
Nos últimos doze meses, o setor público consolidado registrou um déficit de R$ 256,3 bilhões, equivalente a 2,26% do PIB, representando uma redução de 0,03 ponto percentual em comparação ao déficit acumulado até julho.
Dívida líquida e bruta
A Dívida Líquida do Setor Público alcançou 62,0% do PIB, equivalente a R$ 7,0 trilhões, em agosto, registrando um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao PIB no período.
Esse resultado foi influenciado principalmente pelos impactos dos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.), pelo déficit primário (+0,2 p.p.), pela variação negativa do PIB nominal (-0,4 p.p.) e pelos demais ajustes relacionados à dívida externa líquida (-0,2 p.p.).
Ao longo do ano, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) aumentou em 1,1 ponto percentual do PIB, impulsionada principalmente pelos impactos dos juros nominais (+5,3 p.p.), do déficit primário (+0,8 p.p.), e do reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.).
Por outro lado, o crescimento do PIB nominal (-2,5 p.p.), a desvalorização cambial de 16,8% acumulada no ano (-1,8 p.p.), os ajustes relacionados à dívida externa líquida (-0,5 p.p.) e o ajuste referente a privatizações (-0,3 p.p.) atuaram na redução desse índice.