Foto: Divulgação/Casa Branca/Ricardo Stuckert/PR/ND
Foto: Divulgação/Casa Branca/Ricardo Stuckert/PR/ND

O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (3) que existe uma diferença marcante entre a imagem pública de Donald Trump e seu comportamento em negociações diretas. A declaração foi feita após conversa telefônica entre os dois líderes na véspera.

“Eu posso dizer que, toda vez que eu converso com o Trump, eu me surpreendo. Porque, muitas vezes, você vê o Trump na televisão, muito nervoso. Na conversa pessoal, ele é outra pessoa”, disse Lula em entrevista à TV Verdes Mares, no Ceará.

Terceiro contato desde imposição de sanções

A ligação marcou o terceiro contato direto entre os presidentes desde que os Estados Unidos impuseram sanções comerciais ao Brasil. Segundo o Planalto, a conversa que durou cerca de 40 minutos concentrou-se em duas frentes principais: questões tarifárias e combate ao crime organizado internacional.

Lula relatou ter insistido para que Washington retire as tarifas que ainda incidem sobre produtos brasileiros. Apesar disso, considerou muito positiva a decisão recente dos EUA de eliminar o adicional de 40% sobre itens como carne bovina, café, cacau e frutas.

“Da mesma forma que o povo teve uma notícia ruim, está perto de ouvirmos mais uma notícia boa. Conversei seriamente com Trump, da necessidade dele compreender sobre as duas maiores democracias”, afirmou o presidente brasileiro.

Cooperação contra crime organizado

O presidente confirmou ter apresentado a Trump propostas de cooperação contra facções transnacionais e redes de narcotráfico. Segundo Lula, o governo brasileiro enviou documentos formais ao americano detalhando possibilidades de ação conjunta.

“Disse também sobre o combate ao crime organizado, mandei documento para ele e disse que estamos dispostos a trabalhar junto na fronteira e onde tiver”, relatou Lula. O tema foi tratado com prioridade e pode abrir espaço para aprofundar ações conjuntas entre os países 

O Planalto aposta que a estratégia de diálogo direto e cooperação em temas sensíveis como segurança possa render dividendos concretos nas relações bilaterais nos próximos meses.