A Vale (VALE3) informou que assumiu cerca de R$ 64,5 bilhões em compromissos de reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG), tragédia que matou 272 pessoas e se aproxima de completar 6 anos.
Desse valor total, a Vale afirmou já ter desembolsado R$ 48,55 bilhões. A diretora de reparação da companhia, Gleuza Jesué, lembrou que ainda é preciso localizar o corpo de três vítimas e reconhecer as limitações da reparação de perdas humanas, segundo o “Broadcast”.
“A Vale tem a obrigação de fazer o melhor pelos familiares que ficaram, dar qualidade de vida para a região”, disse ela.
Além de indenizações no valor de R$ 3,8 bilhões para 17 mil pessoas, e outras iniciativas como melhorias físicas e projetos de desenvolvimento da economia da região tocados pela mineradora, a executiva argumentou que a qualidade da água na bacia do Rio Paraopeba já estaria “igual ou melhor” do que antes da tragédia.
No entanto, o uso do rio para qualquer fim ainda não foi liberado pelo poder público. A alegação da Vale é que já removeu cerca de 88% dos 10 milhões de metros cúbicos de lama que caíram sobre Brumadinho e ganharam o leito de rios, marca aparente da tragédia.
Esses dejetos terão como destino final a própria cava da Mina do Feijão, atualmente desativada.
Quanto às operações da Vale, Gleuza Jesué apontou que a companhia está cumprindo o que hoje é uma obrigação legal: eliminar barragens de rejeitos de mineração. Além disso, já tem 70% da produção com tecnologia de processamento a seco, ou seja, sem uso de água e, portanto, sem barragens.
Vale (VALE3) ganha novos estímulos com China e avaliação do JP Morgan
Na sessão desta sexta-feira (17), as ações da Vale (VALE3) registram fortes ganhos nesta, subindo cerca de 3%, por uma conjunção de fatores, como uma visão positiva para os ativos pelo banco JP Morgan e a alta do minério de ferro na China.
Por volta das 14h15 (horário de Brasília), os ativos subiam 2,94%, a R$ 54,22. Enquanto isso, o contrato do minério de ferro para maio, o mais negociado da Bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações do dia com alta de 1,71%, a 803,5 iuanes (109,65 dólares) a tonelada, com aumento de 6,6% na semana.
Uma série de dados melhores do que o esperado da China gerou o movimento. Além disso, outro destaque que influenciou as ações da Vale foi a análise do JP Morgan, que elevou as projeções para a mineradora.
O banco reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 87, em meio à dissolução de suas maiores incertezas nos últimos meses, avaliação atrativa e forte geração caixa. O novo preço-alvo representa um potencial de valorização de 65% em relação ao preço de fechamento da última quinta-feira (16), de R$ 52,67, segundo o “InfoMoney”.
A equipe do banco destacou que, nos últimos 6 meses, houve diversos fatores claramente positivos para a Vale que deveriam ter se traduzido em valorização do preço das ações.
“O principal foi, obviamente, o acordo relacionado a Mariana, que colocou um ponto final em uma grande incerteza para a companhia”, consta no relatório, segundo o veículo.