A família da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), foragida da Justiça desde junho, continua morando no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, em Brasília. Mesmo após o fim do prazo legal, a residência oficial permanece ocupada.
Zambelli, que se licenciou do mandato em 5 de junho, tinha 30 dias para desocupar o imóvel. No entanto, ela descumpriu a regra. O prazo venceu na última sexta-feira (5), mas ninguém deixou o local. Segundo o regimento da Casa, a ocupação indevida resulta em multa.
Multa pode dobrar até o fim do mês
Atualmente, o valor da penalidade já passa de R$ 5 mil. Se a situação se mantiver até o final de julho, a dívida pode chegar a R$ 11,6 mil. O cálculo leva em conta o valor do auxílio-moradia (R$ 4.253), acrescido de R$ 283,53 por dia de permanência irregular.
Além disso, o descumprimento das regras da Câmara reforça o desgaste político da deputada, que segue sem previsão de retorno ao país.
Assessoria alega falta de notificação
Apesar da irregularidade, a assessoria de Zambelli alega que ela não foi notificada oficialmente. Contudo, as normas da Câmara não condicionam a aplicação da multa à comunicação formal. Assim, a responsabilidade permanece ativa.
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Como a deputada formalizou o afastamento por motivos particulares, a regra dos 30 dias entra automaticamente em vigor. A cada novo dia de ocupação, a penalidade aumenta.
Deputada segue foragida e sob risco de prisão internacional
Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio, atravessando ilegalmente a fronteira com a Argentina. Em seguida, voou de Buenos Aires aos Estados Unidos e, de lá, anunciou sua fuga pelas redes sociais.
No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou sua prisão preventiva. A Corte condenou a parlamentar a 10 anos de prisão, perda de mandato e inelegibilidade por oito anos. Ela foi acusada de participar da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, ao lado do hacker Walter Delgatti.
Mesmo com cidadania italiana, Zambelli pode ser presa fora do país. Desde que a Interpol incluiu seu nome na lista vermelha, ela passou a ser considerada foragida internacional.
Enquanto isso, a Polícia Federal e autoridades internacionais seguem monitorando seus passos. No Brasil, a ocupação irregular do imóvel oficial aumenta a pressão em torno do nome da deputada.
