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Blockchain: Brasil busca entender mercado antes de regular, afirma diretora da Ripple

Brasil busca dominar blockchain antes de regular, afirma diretora da Ripple, destacando estudo prévio de stablecoins pelo BC e Congresso

Foto: Divulgação
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“O Brasil busca entender blockchain antes de regular”, afirmou a diretora de Políticas Públicas e Regulatório da Ripple para a América Latina, Isabel Cicalonga. 

Durante o Blockchain Rio, ela destacou que o Banco Central e o Congresso adotam uma postura estratégica: estudam o setor de criptoativos de forma aprofundada antes de criar regras, principalmente para stablecoins.

Brasil busca dominar blockchain antes de regular e lidera debates na região

Segundo Cicalonga, essa abordagem coloca o país na liderança das discussões sobre ativos digitais na América Latina. “O Banco Central do Brasil e o próprio Congresso estão se aprofundando no tema para que a regulação seja mais efetiva e adaptada aos riscos de cada atividade”, explicou.

Além disso, ela ressaltou que países como Argentina e Colômbia também adotam iniciativas semelhantes. Ambos implementam projetos em ambiente de sandbox regulatório para testar casos de uso de blockchain e tokenização. Dessa forma, conseguem acelerar a curva de aprendizado e aproximar a regulação da realidade do mercado.

Stablecoins estão no foco das próximas regulações

A executiva afirmou que a próxima etapa regulatória no Brasil e em outros países da região deve envolver as stablecoins. “Muitos países ainda não têm uma regulação específica para stablecoins. É um passo que virá, mas que precisa ser bem estudado para evitar erros”, observou.

Atualmente, diversas legislações permitem a tokenização de ativos emitidos fora da blockchain para depois serem levados ao ambiente on-chain. No entanto, ainda faltam regras claras para a emissão direta de tokens no blockchain. 

Por consequência, esse é um dos desafios técnicos e regulatórios que mais exigem atenção dos formuladores de políticas.

Eventos aproximam reguladores e setor privado

Durante o Blockchain, Cicalonga destacou a importância de encontros que aproximem empresas, reguladores e sociedade. “Foi uma oportunidade para os reguladores anteciparem o que estão pensando e ouvirem a reação do setor. Essa troca é fundamental para que a regulação acompanhe a inovação”, afirmou.

Para ela, o Brasil mantém a referência nessas discussões. Contudo, a tendência é que mais países latino-americanos adotem essa postura nos próximos anos, fortalecendo, assim, a integração regional no ecossistema de criptoativos.