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Travel Rule: entenda a regra de viagem que aumenta a segurança no mercado cripto

Georgia Sanches explica a importância do Travel Rule no mercado cripto, e aposta em "tema fundamental" nos próximos anos

Foto: Freepik
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A Travel Rule, ou regra de viagem, define um novo padrão de segurança para transações com criptomoedas. A CGFSC (omissão de Serviços Financeiros de Gibraltar) implementou a norma seguindo as recomendações da FATF (Força-Tarefa de Ação Financeira).

A regra exige que empresas compartilhem dados dos remetentes e destinatários em transferências acima de 1.000 euros. Portanto, ela abrange exchanges, usuários e carteiras descentralizadas. Como resultado, as autoridades conseguem monitorar transações suspeitas e prevenir crimes como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

A Bitso, por exemplo, já cumpre a norma. Por ser regulada pela GFSC, a corretora garante conformidade com exigências internacionais. Assim, o mercado cripto avança em direção a um ambiente mais seguro e confiável.

Travel Rule fortalece compliance e aumenta a confiança dos usuários

Segundo Georgia Sanches, gerente de desenvolvimento de negócios da Sumsub no Brasil e painelista da Blockchain Rio, a Travel Rule marca um avanço importante para o setor:

“Essa regra garante rastreabilidade e compliance nas transações digitais. Com ela, o mercado se torna mais seguro.”

Georgia explica que a norma permite identificar todas as partes envolvidas em uma transação. Ou seja, tanto as corretoras que enviam e recebem valores quanto os usuários participam do processo de verificação. Inclusive, as carteiras descentralizadas entram nesse escopo.

Além disso, a Travel Rule contribui para avaliar se a instituição receptora possui estrutura de compliance sólida. Muitas delas, segundo Georgia, passam por processos rigorosos de due diligence — o que eleva o padrão de segurança do setor.

Travel Rule já está em vigor em outros países e deve ser adotada no Brasil

A aplicação da regra não é restrita a Gibraltar. Países como Estados Unidos, Hong Kong e membros da União Europeia já adotaram a Travel Rule como parte das exigências regulatórias.

Georgia destaca que o Brasil discute a implementação da regra, mas o setor já se prepara:

“Quando a regulação brasileira entrar em vigor, já estaremos preparados. Seguimos alinhados com as principais regulamentações internacionais para mercados regulados.”

Essa antecipação demonstra maturidade e compromisso com a integridade do ecossistema cripto. Portanto, o Brasil tende a se posicionar como referência na adoção de boas práticas globais.

Travel Rule transforma o setor de criptomoedas no mundo

Durante o Blockchain Rio, Georgia também ressaltou o impacto da Travel Rule nas finanças digitais:

“Vamos discutir stablecoins, segurança e como a Travel Rule vai transformar o setor. Quem acompanha o mercado não pode perder”, conclui.

A expansão da norma representa um passo decisivo para a profissionalização do setor cripto. À medida que mais países adotam a Travel Rule, o ambiente torna-se mais confiável, transparente e pronto para atrair novos investidores.