superintendente de produtos listados equities da B3, Thalita Forne (Foto: divulgação/B3)
superintendente de produtos listados equities da B3, Thalita Forne (Foto: divulgação/B3)

A superintendente de produtos listados equities da B3, Thalita Forne, afirmou que a educação dos investidores e assessores de investimentos é um ponto muito importante para que os ETFs tenham maior aderência no Brasil.

Declaração foi dada durante o Encontro Anual Sobre Índices e ETFs no Brasil 2025, realizado em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (30), durante o painel “Conhecimento É Poder: Como os Líderes da Indústria Estão Atendendo às Necesidades Educativas dos Investidores”.

“Não só a gente pensar na educação do investidor final – que é quem tá comprando o ativo – ,mas especialmente […] a educação do consultor de investimento. Seja ele um assessor, seja ele o broker, que também exerce esse papel ali de assessoria e também dos influencers”, declarou Forne.

Esses atores são importantes para que as informações sobre o produto sejam passadas de maneira clara para os clientes. A superintendente ressaltou quatro desafios relacionados aos ETFs no Brasil. Como primeiro, ela falou da crescente complexidade do mercado de maneira geral.

“Há pouco tempo atrás a gente tinha disponível para negociação aqui no Brasil basicamente ETFs de renda variável. Hoje a gente já tem ETFs de renda fixa, de cripto, constituição de provento, ETFs híbridos, BDR de ETFs – que são os ETFs globais – e aí vira aquela sopa de letrinha para o investidor”, explicou. “É parte também do nosso papel é simplificar essa aparente complexidade”.

O segundo aspecto ressaltado foi a prática dos assessores e brokers, que ainda priorizam oferecer ativos que tragam algum tipo maior de rentabilização.

“Um ponto importante é que, mais recentemente, a gente tem visto cada vez mais os assessores trazendo e os brokers trazendo investimentos bastante eficientes para os seus investidores, especialmente da nova regulação. Acho que um ponto importante também, que foi colocado aqui, de mais transparência em relação às taxas, é, a possibilidade do Fee Based aqui no Brasil”, comentou.

Forne defende que, nesse cenário, a remuneração dos profissionais se torna uma barreira para a disseminação do produto no país.

A falsa percepção de que ETFs são um produto de nicho foi citada como o terceiro desafio a ser enfrentado. De acordo com a superintendente, os investidores ainda acreditam que primeiro devem investir em ações, depois ter um portfólio de renda fixa e dar passos até chegar ao ETF, como se fosse um produto mais sofisticado.

“Quando na verdade, para uma carteira eficiente, para uma carteira transparente, o ETF deveria estar em todas as recomendações”, afirmou.

O quarto fator se liga à necessidade de expandir as informações sobre ETFs. Thalita Forne cita que, nos EUA, o número de ETFs listados já supera o número de ações e que o investidor norte-americano trabalha com esse tipo de ativo a longo prazo, com uma característica de previdência.

B3 Educação

A superintendente da B3 explicou que, hoje, a bolsa tem um projeto chamado B3 Educação. De acordo com Fornes, a bolsa tem uma parceria com gestores, uma certificação Cash E-Bits; através dela, os profissionais conseguem acumular pontos conforme forem adquirindo outras certificações, participando de eventos etc.

A formação passa não apenas por ETFs, mas por outros produtos do Mercado à Vista.

“Então, a ideia é que cada vez mais, todas essas certificações, se conversem e, à medida que os assessores, os distribuidores, os próprios investidores finais que tem essas certificações participem desses cursos, eles possam pontuar e aproveitar cada vez mais. Isso, sem dúvida, acaba sendo baita bom atrativo para o público”, explicou.

Forne revelou que a B3 tem investido cada vez mais em cursos, eventos e comunicação, justamente, para expandir as informações sobre investimentos e, em especial, os ETFs. Com todas as mudanças que estão acontecendo no mercado financeiro, a B3 observou que o assessor deixa de ser um profissional focado apenas na venda de produtos, para se tornar um consultor de investimentos.