Investimentos digitais

ETF de cripto amplia retorno com menor risco, diz gestor

Durante evento da B3, Theodoro Fleury defendeu os criptoativos como estratégia de diversificação de carteiras

ETF de cripto amplia retorno com menor risco, diz gestor

Apesar da correlação pontual com o mercado tradicional em tempos de crise, os ETFs de cripto seguem relevantes como ativos de diversificação. É o que defende Theodoro Fleury, diretor da QR Asset Management, em fala durante a ETF Week, promovida pela B3.

Segundo o especialista, mesmo em meio à volatilidade, esses ativos oferecem vantagens relevantes tanto em retorno quanto em proteção cambial.

“A principal vantagem de ter Bitcoin e outros criptoativos em uma carteira diversificada é a questão da diversificação”, afirmou Fleury durante o evento, que conta com cobertura do BP Money.

O gestor observou que, embora em momentos de crise — como em 2022 — o Bitcoin tenha se comportado de forma mais correlacionada aos mercados tradicionais, sua correlação geral com outras classes de ativos ainda é baixa. Isso, segundo ele, eleva o potencial de retorno por unidade de risco.

“Ao incluir cripto em uma carteira diversificada, é possível alcançar um nível de retorno maior para cada nível de risco que o investidor está disposto a correr.”

Fleury também chamou atenção para o fator cambial, especialmente no contexto brasileiro. Mesmo com a recente queda do dólar, os criptoativos mantêm sua cotação internacional, funcionando como proteção natural contra o risco Brasil.

“Esses ativos são dolarizados, o que também funciona como uma forma de diversificação ao reduzir a exposição exclusiva ao risco Brasil.”

ETFs como solução prática e segura

Ao comparar a compra direta de criptoativos com a aquisição via ETFs, o gestor reforçou os benefícios de segurança, regulação e simplicidade que os fundos oferecem ao investidor.

“Diferentemente da compra direta em exchanges, que não são totalmente reguladas e exigem conhecimento técnico para auto custódia, um ETF listado na B3 passou por análises da CVM e da própria bolsa antes de ser aprovado.”

Segundo Fleury, a estrutura dos ETFs permite que a custódia seja feita por instituições especializadas, com carteiras segregadas e processos offline, garantindo proteção superior à oferecida por plataformas de negociação tradicionais.

“Isso traz muito mais conforto e segurança.”

Inovação brasileira no radar global

Fleury também destacou o papel do Brasil como líder na inovação de produtos financeiros cripto. A QR Asset, segundo ele, foi a primeira do mundo a lançar um ETF baseado em Solana, colocando o mercado brasileiro na vanguarda global.

“O Brasil tem sido um verdadeiro laboratório de inovação no mercado de ETFs de cripto.”

Além disso, o executivo vê espaço para novas iniciativas, como ETFs com rendimento de staking, pagamento de proventos (nos moldes de dividendos), e estratégias baseadas em algoritmos, como o Smart Beta.