O ex-ministro da Fazenda do Governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, durante o 8º Encontro Nacional da ANFIDC (Foto: reprodução/ Encontro Nacional da ANFIDC)
O ex-ministro da Fazenda do Governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, durante o 8º Encontro Nacional da ANFIDC (Foto: reprodução/ Encontro Nacional da ANFIDC)

O ex-ministro da Fazenda do governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (23) que o atual momento geopolítico – ao qual ele chamou de “desordem mundial” – pode ser uma oportunidade para o Brasil.

Economista falou durante o 8º Encontro Nacional da ANFIDC (Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), evento realizado em São Paulo (SP) e que também teve a presença de Gustavo H. B. Franco, presidente do Banco Central de 1997 a 1999, e Marina Copola, diretora da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Guedes explicou que, atualmente, o mundo está passando por uma mudança cultural generalizada, que realidades construídas logo após o fim da Segunda Guerra Mundial estão se transformando, e, em alguns casos, caindo. “Tinha livre comércio, agora tem tarifaço. Então, o que que tá acontecendo?”, questionou o economista.

“O Brasil é uma das manifestações do fenômeno. É claro que eu fui entendendo isso ao longo da viagem. Eu não sabia disso, eu achava que era um capítulo particular nosso. Uma aliança de liberais e conservadores pra reparar estragos que haviam sido feitos antes por governo de esquerda. Eu achava que era um episódio local. Não, é algo mais abrangente.”

Nesse contexto, o Brasil está chegando atrasado, no fim de uma festa em que potencias mundiais – como EUA, China, Reino Unido e Alemanha – passaram 80 anos “dançando” e, agora, se tornou uma confusão.

“Agora que tá essa confusão, emerge o Brasil”, afirmou Guedes. “O Brasil tem energia limpa e barata […] Eu tô dizendo isso como um cara que sentou lá e via chegar presidente da Organização Mundial do Comércio ‘Bolsonaro, pelo amor de Deus, precisamos da comida brasileira, segurança alimentar do mundo'”

De acordo com ele, durante os encontros mundiais o Brasil tinha uma alta estima de outros líderes, mas que a condução geopolítica após do governo de Bolsonaro prejudicou o país.

“Era só não fazer barulho […] Aí a gente entra, chuta o teto, ‘tira não sei quê, bate não sei quê, pega as estatais, paga não sei quê lá, lá fora vão xingar bastante todo mundo. Eu tô com Hamas, tô com Hezbollah, eu tô com a Rússia, tô com a China'”, comentou Guedes. “Pô, 10 comercial mais 40 de geopolítica para começar os trabalhos”, disse em referência ao tarifaço.