Em conversa com a BP Money, a economista-chefe do TC, Fernanda Mansano, falou sobre a inflação nos Estados Unidos e sua influência em relação à brasileira. A BP destacou os pontos mais importantes do bate-papo, confira:
Inflação à vista?
“Ainda que sejam os primeiros dados após o início da imunização, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) da economia americana foi acima do consenso (0,4%), com alta de 1,3% em janeiro frente a dezembro e de 1,7% no interanual. Junto a esses dados, as vendas no Varejo, cresceram 5,3%. Neste cenário, diferente do que observamos entre maio e junho do ano passado, o cenário atual tem o trigger do processo de imunização e ao meu ver, esses dados corroboram com o avanço no número de pessoas vacinadas.”
O que isso quer dizer?
“O cenário de inflação na economia americana pode estar mais próximo, o que irá exigir uma postura mais hawkish da autoridade monetária. Porém, sabemos que o objetivo – neste momento do FED – é fomentar o emprego no país, ou seja, juros mais altos responderão à melhora no mercado de trabalho. Assim, o acompanhamento de dados do mercado de trabalho americano, como o payroll que sai toda primeira sexta-feira do mês assim como do consumo, será essencial.”
SELIC
“A expectativa de aumento de juros por lá [EUA] reforça a tese sobre o início do ciclo de alta de juros por aqui – entretanto, o ‘time’ será crucial visando o controle de preços. Visto isso, minha tese para o aumento em pelo menos 0,25 p.p. para a reunião de março do Banco Central [Brasil] vai se confirmando.”
O que esperar do mercado?
“Acredito que a semana, ainda que mais curta para a bolsa brasileira, será de volatilidade. Atenção para as empresas dos setores cíclicos também.”