Poucos acontecimentos ganham datas no calendário. Dentre as exceções destaca-se o atentado do dia 11 de setembro de 2001, que foi o maior ataque militar sofrido pelos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial e, justamente por isso, ganhou um lugar na história com o nome de sua data.
Neste sábado (11) completam-se 20 anos que dois aviões comerciais americanos sequestrados foram lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), na ilha de Manhattan, em Nova York, causando mais de duas mil mortes, 25 mil feridos e um dano material estimado em U$S 10 bilhões (R$52,5 bilhões, na cotação atual).
Para além das destruições sofridas in loco, a tragédia, que ocorreu no primeiro ano do século 21, trouxe fortes consequências para a economia mundial. No dia, o pânico se alastrou e tomou conta do mercado financeiro. A Bolsa de Nova York havia fechado durante toda a semana, o que não acontecia desde a Segunda Guerra Mundial. Esta conseguiu ser a maior paralisação desde a Grande Recessão nos EUA, em 1929.
Ao retomar os pregões, em 17 de setembro, o índice Dow Jones encerrou a semana com queda acumulada de 14,1%, o índice S&P 500 em baixa de 11,6% e o Nasdaq caiu 16%, gerando perdas de US$ 1,4 trilhão no mercado acionário.
A bolsa só recebeu investimento dos EUA três dias depois do atentado, quando injetou US$ 300 bilhões no mercado financeiro, a fim de tentar evitar uma crise.
Durante os meses seguintes, NY ganhou US$ 20 bilhões para obras de reconstrução, e os militares viram seu orçamento anual crescer 25% e chegar a avassaladores US$ 500 bilhões. Entretanto a economia continuava paralisada. O mercado financeiro estava em uma posição defensiva e interrompeu seus investimentos por medo de novos ataques.
No Brasil, o Ibovespa operou por apenas 1 hora e 15 minutos, encerrando o pregão às 11h15, com queda de 9,17%. Assim como no Brasil, a maioria das bolsas mundiais foram fechadas até o dia seguinte após o ocorrido. “O Ibovespa teve prejuízos superiores a 15% e o DAX, principal índice da bolsa alemã, amargou perdas superiores a 18%”, conta Lima, da Stake.
Embora a potência mundial tenha sofrido com grandes impactos, ela superou com uma estratégia de incentivar as famílias norte-americanas a comprar suas casas próprias, na qual o governo baixou os juros e movimentou o mercado imobiliário. A tática foi promissora por um tempo, mas uma reação em cadeia de dívidas fez o mercado sentir os impactos anos depois, gerando a crise financeira global que abalou o mundo inteiro em 2008 e 2009.