SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O faturamento de 62% dos restaurantes ainda não voltou ao patamar pré-pandemia e mais da metade (55%) dos estabelecimentos está endividada, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (27) pela ANR (Associação Nacional dos Restaurantes).
A comparação de vendas considerou julho de 2021 com o mesmo mês de 2019. Dos consultados, apenas 25% disseram estar com a receita superior ao do período pré-Covid.
Diante da inflação de insumos e do caixa menos abastecido, 38% dos restaurantes aumentaram os preços de refeições ao consumidor. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, grandes redes como Bob’s e Bloomin? Brands, dona do Outback, preparam aumento de preços.
A pesquisa da ANR ouviu 800 empresas do setor de alimentos, que representam 22.907 lojas, de todas as regiões do país. Ela foi realizada de 12 de agosto a 8 de setembro pela associação em parceria com a consultoria Galunion e o Instituto Foodservice Brasil.
Entre as empresas com dívidas, 78% dizem dever para bancos, 57% relatam estar com impostos atrasados, 24% com dívidas junto a fornecedores e 14% com pendências trabalhistas. Quase metade (48%) deve levar mais de dois anos para pagar débitos.
Apesar da lenta retomada, a estimativa é de alta de 34% na receita no segundo semestre, em comparação com o primeiro, à medida que a vacinação cresce no país.
As pessoas voltaram a consumir na mesma frequência do pré-Covid na visão de apenas 17% dos proprietários. Metade dos consultados prevê o retorno do consumo a patamares de 2019 apenas no primeiro semestre de 2022.
Mesmo com a retomada da movimentação prevista para o próximo ano, 85% dos estabelecimentos irão manter o serviço de entrega, que se tornou o meio de sobrevivência dos restaurantes durante os períodos de restrição de circulação. Antes da pandemia, o canal de delivery representava 24% do faturamento, média que passou para 39% agora.