Acelen: ministro deixa em aberto reestatização da Refinaria Mataripe

Alexandre Silveira afirmou que o governo tem trabalhado para ser autossustentável e que a reestatização das refinarias seria discutida

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deixou em aberto a possibilidade da Petrobras (PETR4) readquirir ativos vendidos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), incluindo a Refinaria Mataripe, da Acelen. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (18) na Bahia, o titular da pasta afirmou que o governo federal tem trabalhado para ser autossustentável nos combustíveis e que a reestatização das refinarias seria discutida.

“A Bahia tem uma peculiaridade, o governo anterior tinha uma política de desinvestimento completamente irresponsável. Mas agora nós mudamos essa lógica, estamos trabalhando para ser, em médio prazo, autossustentáveis. Vamos trabalhar para modernizar as refinarias e, se possível, até se discutir da gente readquirir alguns ativos que são fundamentais e estratégicos”, afirmou Silveira.As informações são do Bahia Notícias, parceiro do BP Money.

“A maior refinaria da Bahia foi vendida ao capital privado. Se depender de mim, essa refinaria deveria voltar a ser da Petrobras. Ainda há uma perspectiva muito grande, há um foco da Petrobras em reequilibrar o preço do Petróleo a Acelen para ela se tornar tão competitiva quanto as outras petroleiras”, completou.

Embate Petrobras e Acelen deve terminar “empatado”; entenda

A Bahia é palco de uma polêmica envolvendo gigantes do petróleo. A nova política de preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras na terça-feira (16), com o abandono da Política de Paridade Internacional (PPI), já fez reduzir o valor da gasolina, diesel e gás de cozinha no Brasil, mas não será adotada pelo estado.

A Acelen, dona da Refinaria Mataripe, informou em comunicado que não adotará a decisão da estatal e manterá o seu modelo, que segue em consideração variáveis como custo do petróleo, dólar e frete, em consonância com as práticas internacionais de mercado.

Apesar disso, o confronto não deve ter um vencedor, resultando em um “empate”, pelo menos neste primeiro momento. Fontes ouvidas pelo Bahia Notícias, parceiro do BP Money, afirmam que, apesar do barateamento, os valores que passaram a ser praticados pela Petrobras nesta quarta (17), estão equiparados aos praticados pela refinaria que pertence ao fundo árabe Mubadala ao longo de 2023. 

A avaliação feita por quem acompanha o setor é de que o preço do combustível praticado pela estatal a partir de hoje é o mesmo que já é praticado na PPI pela Acelen. A demora em atualizar os valores levando em conta as variações do mercado internacional – com o dólar e o preço do barril em baixa – justificaria o argumento.

Conforme anunciado pela Petrobras, o litro do diesel vai cair 40 centavos, de R$ 4,89 para R$ 4,49, o que significa um desconto de 8,17%. Já a gasolina vai ficar 6,9% mais barata, ou 20 centavos, passando de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro.

Procurada pela reportagem, a Acelen informou que nos últimos meses, reduziu, semanalmente, os preços dos combustíveis produzidos na Refinaria de Mataripe. Segundo a empresa, o diesel sofreu 10 reduções consecutivas, acumulando queda de 31% desde o início do ano. Já a gasolina acumula queda de 16% no mesmo período.

“Os reajustes para baixo refletem a política de preços da empresa, que segue critérios técnicos, levando em consideração variáveis como custo do petróleo, dólar e frete, em consonância com as práticas internacionais de mercado. Cabe destacar que a empresa possui uma política de preços transparente, a partir de uma fórmula objetiva, homologada pela agência reguladora, que assegura previsibilidade e preços justos, visando um mercado mais competitivo no país”, informou a companhia. 

Porém, há uma ponderação. As mesmas fontes dizem que a recente redução no preço do gás de cozinha é superior aos que foram feitos pela Acelen neste ano, e que o produto estaria sendo vendido mais barato pela Petrobras. 

A estatal reduziu em R$ 8,97 o preço do botijão de 13 kg, o que equivale a um corte de 21,3% no valor final. Apesar de não ser controlada pelo governo, há a estimativa que o preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos R$ 100.

Já a Acelen informou que em relação ao GLP, que tem preço atualizado mensalmente, a redução foi de cerca de 10%, de março para maio. Um novo reajuste será anunciado no início de junho.

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