Presidente da França

'Acordo com Mercosul é inaceitável', diz Macron

O pacto do Mercosul com a União Europeia pode ser firmado em breve, durante a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Ricardo Stuckert/PR
Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou nesta quinta-feira (05) à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que o projeto de acordo comercial entre a UE (União Europeia) e os países que foram o Mercosul era “inaceitável”, segundo afirmou seu gabinete.

“O projeto de um acordo entre a UE e o Mercosul é inaceitável em seu estado atual”, disse Macron a Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão está em viagem ao Uruguai para participação na cúpula do Mercosul em Montevidéu, onde esse pacto pode ser finalmente finalizado. 

“Continuaremos defendendo incansavelmente nossa soberania agrícola”, acrescentou a presidência francesa em publicação na rede social X.

Ursula von der Leyen já havia indicado, pouco antes, também no X, que “o objetivo do acordo UE-Mercosul já está ao alcance”. 

“Trabalhemos, cruzemos a linha de chegada. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas”, acrescentou a executiva.

Do lado da UE, 27 países discutem um tratado com os fundadores do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, que pode criar a maior zona de livre comércio do mundo. 

Nos últimos meses a Comissão Europeia pegou impulso nas negociações novamente, após terem sido paralisadas em 2019. O texto do acordo prevê que seja eliminada grande parte das tarifas entre os dois blocos, segundo o “Valor”.

O principal obstáculo para o avanço do acordo tem sido o presidente Macron, já que sofre forte pressão de agricultores em seu país. Na semana passada, a categoria fez protestos na França contra o acordo e a possível concorrência com produtos agrícolas do Brasil e da Argentina, principalmente.

Alckmin diz que Mercosul pode fechar acordo com União Europeia

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (4) que o Mercosul deve fechar ainda “esta semana” o acordo de livre-comércio com a União Europeia.

“Podemos fazer esta semana com a União Europeia um acordo histórico, é um ganho-ganha impressionante”, disse ele, de acordo com o Valor . A declaração foi dada durante sua participação no 2º Seminário Nacional de Política Industrial, realizado pela Câmara dos Deputados.

O otimismo do vice-presidente vem do fato de que, na sexta-feira (6), ocorrerá a 65ª cúpula de presidentes do bloco sul-americano. As tratativas entre os dois blocos estão sendo conduzidas desde 1999. A negociação quase foi concluída em 2019, mas não chegou a ser ratificada por nenhum dos lados.

Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta nessa negociação como forma de aquecer a economia sul-americana. O objetivo inicial do governo petista era ter fechado o acordo comercial no fim do ano passado, quando o Brasil ocupava a presidência temporária do Mercosul.

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