Uma ameaça paira sobre o acordo comercial entre EUA e China, firmado em Genebra no início deste mês, por conta da desaceleração por parte da China na aprovação das exportações de minerais estratégicos, especialmente terras raras, segundo o Wall Street Journal.
Os materiais são utilizados na fabricação de carros, chips e outros produtos tecnológicos, por isso, a demora na liberação das licenças tem gerado críticas severas por parte do governo dos EUA.
A previsão do acordo era de suspensão de tarifas por 90 dias, termos alcançados depois de intensas negociações entre o vice-premiê chinês He Lifeng e representantes norte-americanos.
Um dos pontos-chave do acordo foi a concessão chinesa para acelerar as exportações de minerais estratégicos, porém desde então Pequim tem retardado o processo, segundo o veículo.
O aumento da tensão ocorreu após o Departamento de Comércio dos EUA emitir uma advertência contra o uso global dos chips de inteligência artificial da Huawei. Pequim interpretou o ato como uma agressão renovada, dificultando ainda mais o avanço das negociações.
EUA dizem que negociações com a China estão estagnadas
As negociações comerciais entre os EUA e a China estão atualmente “um pouco estagnadas”, conforme declarou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em entrevista à Fox News na quinta-feira (29). Ele sugeriu que uma intervenção direta dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping pode ser necessária para destravar o impasse.
Em maio, os dois países acordaram uma trégua de 90 dias na guerra tarifária, reduzindo temporariamente as tarifas sobre importações chinesas de 145% para 30%, enquanto Pequim baixou suas tarifas de 125% para 10%. Apesar desse avanço, as conversas para um acordo permanente não progrediram significativamente.
Bessent enfatizou que, dada a complexidade das questões envolvidas, será necessário que ambos os líderes intervenham diretamente. Ele expressou confiança de que os chineses retornarão à mesa de negociações quando o presidente Trump apresentar suas preferências.
Negociações comerciais e tensões políticas
Enquanto as tratativas com a China permanecem em compasso de espera, o governo Trump tem avançado em negociações com outros parceiros comerciais, como União Europeia, Japão e Índia. Recentemente, a ameaça de novas tarifas por parte dos EUA levou a UE a retomar as conversas comerciais com Washington.
Paralelamente, uma decisão judicial nos Estados Unidos considerou que Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional. No entanto, essa decisão foi suspensa por um tribunal de apelações, permitindo que as tarifas permaneçam em vigor enquanto o processo segue em análise.