Após o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), durante o Simpósio de Jackson Hole, na última sexta-feira (22), os indicadores econômicos brasileiros e americanos vão tomar a atenção dos investidores entre 25 e 30 de agosto. Os dados divulgados no Brasil são de suma importância na condução da política monetária pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Nos EUA, as atenções estão voltadas para a segunda prévia do PIB do segundo trimestre, o índice de preços PCE (índice de inflação favorito do Fed), discursos dos diretores do banco central americano e índices antecedentes de confiança do consumidor.
Durante a chuva de dados relevantes, ainda haverá a apresentação do balanço financeiro do segundo trimestre da Nvidia, após o fechamento do mercado na quarta-feira (29).
Na segunda-feira (25), temos o tradicional Boletim Focus, com foco na expectativa do IPCA para 2026 e 2027, períodos observados pelo Copom para calibrar a taxa Selic. Se a expectativa inflacionária de 2025 obteve a primeira queda acentuada em oito semanas na última edição do boletim, o recuo da projeção para 2026 continua lento, e em 2027, permanece estável.
A parte que importa para manter a desancoragem da expectativa da inflação, ou seja, bem acima do centro da meta de 3% ao ano, está nas incertezas fiscais. A trajetória da dívida segue aumentando, mesmo com a arrecadação batendo recordes, mas com o governo buscando atingir o limite mínimo da meta fiscal de déficit primário zero em meio às pressões de alta dos gastos públicos.
Na terça-feira (26), a prévia da inflação ao consumidor de agosto será divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estimativa do UBS BB é de queda de 0,19% na base mensal, derrubando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) anual para 4,9%.
Segundo a avaliação do UBS BB, descontos na conta de luz, queda do núcleo da inflação com a valorização do real frente ao dólar e a transmissão da deflação de produtos nos últimos meses aos preços ao consumidor devem ter reduzido o nível geral aos preços em agosto.
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Ainda na terça-feira, o BC (Banco Central) divulgará os dados do setor externo de julho do Brasil. Já na sexta-feira (29), a autoridade bancária vai revelar os dados do setor público de julho, enquanto o governo deve encaminhar ao Congresso, nesta semana, o projeto de Orçamento de 2026.
Confira abaixo os principais acontecimentos da semana:
Segunda-feira (25): Pela manhã, o BC divulga o tradicional Boletim Focus aqui no Brasil. Já nos EUA, o índice de atividade nacional do mês de julho vai ser divulgado pelo Fed. Além disso, dois membros do banco central americano, Logan e Williams, discursam.
Terça-feira (26): No Brasil, teremos a revelação do IPCA-15 mensal (referente ao mês de agosto) e anual. Além disso, serão divulgados dados do investimento estrangeiro direto americano no Brasil, referente ao mês de julho. Nos EUA, haverá o discurso de Barkin, membro do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, órgão responsável pela política monetária americana). Além da revelação do balanço de confiança do consumidor do mês de agosto pela Conference Board.
Quarta-feira (27): No Brasil, o BC anuncia os dados dos empréstimos bancários, referente ao mês de julho. Nos EUA, Barkin discursa novamente.
Quinta-feira (28): No Brasil, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referente ao mês de julho serão revelados. Nos EUA, teremos a divulgação do PIB trimestral; índice de preços do PCE; gastos dos consumidores; balanço patrimonial do Fed e discurso de Waller, membro do banco central americano. Na Europa, teremos a revelação da tradicional Zona do Euro.
Sexta-feira (29): No Brasil, os dados da Dívida Pública Líquida e Bruta sobre o PIB se tornaram públicos. Nos EUA, teremos em mãos o núcleo de Índice de Preços PCE, tanto mensal quanto anual. Além disso, serão anunciadas as expectativas inflacionárias dos EUA.
Sábado (30): Apenas teremos revelações do PMI composto, industrial e não-manufaturado chinês referente ao mês de agosto.
