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O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta sexta-feira (7) que entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um relatório sobre atuação da sua pasta, com algumas propostas econômicas para o governo. A principal delas é a discussão sobre um reajuste no valor do Bolsa Família.
O argumento para o reajuste seria a elevação nos preços dos alimentos, que tem crescido cada vez mais com a valorização do dólar.
A discussão, segundo o ministro, deve envolver os participantes da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e será levada ao presidente até março. O integrante do governo Lula concedeu uma entrevista à agência de notícias alemã Deutsche Welle.
“O principal problema já não é o câmbio. O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá”, afirmou Dias.
“Temos que manter [o benefício no piso de] US$ 40 dólares, que é o padrão internacional para o consumo”, prosseguiu.
O chefe do Ministério Desenvolvimento e Assistência Social frisou que a decisão será tomada em conjunto com Lula, pois terá forte repercussão em todas as instâncias.
Governo aposta em política fiscal para reancorar expectativas de inflação
Para reancorar as expectativas de inflação, a aposta do governo é em uma condução contracionista da política fiscal este ano, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, de acordo com o “Valor”.
“Eu acho que está todo mundo alinhado e preocupado em garantir que esse processo de reancoragem da inflação corrente e da inflação futura no horizonte de tempo relevante aconteça o mais rápido possível”, disse.
Ao passo que a percepção de risco quanto ao governo federal adotar medidas de elevação dos gastos públicos for afastada, o processo pode ser acelerado, comentou Ceron.
“Uma preocupação grande, que fica entrando em todos os macropreços, é a incerteza, o risco de o governo atuar na ponta oposta à política monetária, prolongando ou até intensificando o esforço do Banco Central, consequentemente gerando impactos em dívida pública”, disse.
O secretário do Tesouro ainda completou afirmando que o governo irá atuar de forma harmônica com o BC (Banco Central). “Nós vamos ser contracionistas para poder ajudar que esse processo seja célere e o menos custoso possível para a sociedade”, acrescentou.
As declarações de Ceron se alinham à mensagem enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, na qual afirma que o governo não hesitará em bloquear e contingenciar despesas, de forma a atingir a meta de déficit zero fixada para este ano.
Segundo Ceron, existe um “plano de voo” para o cumprimento da meta de 2025. Além disso, ele afirmou que este ano a equipe econômica tem mais clareza sobre como atingir o objetivo.
Para 2026, o secretário descartou qualquer alteração de meta. “Não vamos ter revisão de meta de novo”, afirmou. “Temos condições de entregar os resultados fiscais.”