A Alemanha não é vista apenas como um “local de negócios”, de acordo com o último Painel de Economistas do Instituto Ifo (Instituto de Pesquisa Econômica, sediado em Munique). O grupo, composto por 180 professores de economia, atribuiu uma pontuação de 3,4 — numa escala de 1 a 6 — à maior economia da Europa.
“Este mau resultado é bastante preocupante para a Alemanha como nação industrial”, apontou Niklas Potrafke, diretor de Controle do Ifo para Finanças Públicas e Economia Política, conforme antecipado pelo “Valor”. “Melhorar a Alemanha como local de negócios requer reformas”, acrescentou.
A pesquisa vem após os dados mostrarem que a economia alemã retomou o crescimento no primeiro trimestre de 2024. Apesar da melhoria nas perspectivas de curto prazo, ainda existem desafios de longo prazo.
Pontos fortes e fracos da Alemanha, segundo a pesquisa
Os entrevistados no estudo do Ifo mencionaram o preço da energia, a burocracia, a falta de digitalização e a disponibilidade de matérias-primas como os principais pontos fracos da Alemanha.
Para Potrafke, reduzir a burocracia pode beneficiar a Alemanha com “o aumento do investimento público em infraestrutura e digitalização, bem como com o ajuste da idade de aposentadoria à expectativa de vida”.
Entre os pontos fortes, os professores das universidades alemãs destacaram as instituições políticas, a educação e a formação dos profissionais, bem como a segurança e os baixos riscos geopolíticos.
Alemanha provavelmente está em recessão, diz BC
O Bundesbank, Banco Central da Alemanha, afirmou em seu relatório mensal regular nesta segunda-feira (19), que a maior economia da Europa pode estar enfrentando uma recessão devido à demanda externa fraca, a cautela dos consumidores e o investimento doméstico contido pelos altos custos de empréstimos.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a Alemanha tem enfrentado desafios significativos, incluindo o aumento dos custos de energia. Com uma economia vasta e um forte setor industrial, o país está enfrentando seu quarto trimestre consecutivo de crescimento estagnado ou negativo, o que está impactando toda a zona do euro.
“Ainda não há recuperação para a economia alemã”, disse o Bundesbank. “A produção pode diminuir ligeiramente de novo no primeiro trimestre de 2024. Com o segundo declínio consecutivo na produção econômica, a economia alemã estaria em uma recessão técnica.”