O Santander anunciou na noite de domingo (16) uma campanha de renegociação de dívidas. A instituição começou a perceber a inflação e os efeitos da pandemia da Covid-19 estão freando a capacidade de pagamento de seus clientes. Os brasileiros já possuem um típico aperto no início do ano, com despesas como IPTU, IPVA e despesas com material escolar.
Outras organizações também realizaram o movimento, só que umas foram mais abrangentes que outras. Dados do Banco Central (BC) apontam que o endividamento das famílias já atingiu uma máxima histórica de 49,7% da renda. A previsão é que esse percentual cresça 0,28% em 2022.
“Um conjunto de indicadores mostra que tem menos liquidez na economia. A gente começa a perceber mais dificuldade dos clientes de ficar em dia com seus contratos”, diz ao Valor, a vice-presidente executiva que assumiu recentemente a área de varejo do Santander, Vanessa Lobato.
Lobato destaca que há uma piora na inadimplência, que reduziu as expectativas. Segundo a executiva, o banco pretende mostrar ao cliente que ele terá apoio durante a crise sanitária. Eles poderão acessar a renegociação através do internet banking, da rede física e do aplicativo. No próximo sábado (22), o banco fará uma espécie de mutirão nas agências para aqueles que se sentem mais confortável com atendimento presencial.
“Janeiro é sempre mais pesado nas contas e a gente vem de dois anos de pandemia, não estamos em um boom econômico e ainda tem o tema da inflação elevada. Tudo isso, combinado com um endividamento maior das famílias brasileiras, pressiona a renda final”, declara Lobato.