Análise da Moody's

Alta do PIB é insuficiente para consolidação fiscal do Brasil

A vice-presidente da Moody's analisou o cenário brasileiro e defendeu ações do governo também no lado das despesas

Foto: Canva / PIB
Foto: Canva / PIB

Samar Maziad, a vice-presidente e analista sênior da agência de classificação de risco Moody’s Ratings, afirmou nesta quarta-feira (7) que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não vai ser suficiente para que o Brasil consiga sua consolidação fiscal. 

“Assumindo que a dinâmica de crescimento permaneça como esperamos, com 2% ou 2,5% (de alta do PIB)… isso vai facilitar a consolidação fiscal, mas sozinho não vai ser o suficiente”, comentou Maziad. 

A executiva defendeu ações do governo também do lado das despesas, dizendo que “também precisamos de uma melhora do lado fiscal”, acrescentou.

Para a analista, a crença é de que, para 2025, o governo precisará adotar mais medidas na área fiscal.

A Moody’s decidiu pela manutenção do rating de crédito do Brasil em Ba2, em maio, porém mudou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”. 

Com essa nota, o Brasil segue na categoria de grau especulativo, o que sinaliza maiores riscos para o investidor. 

Parceiros

Quanto a possibilidade da Moody’s anunciar mudanças no rating brasileiro, Maziad disse que não há datas específicas para tal, no entanto, tipicamente, novos anúncios são feitos após 12 meses.

Focus: projeções para inflação e PIB de 2024 avançam novamente

No Relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (5), os analistas do mercado aumentaram novamente as projeções para a inflação e o PIB de 2024

A expectativa para a taxa básica de juros de 2024 inalterou, mas cresceu para 2025. Já a estimativa para o câmbio foi mantida para este ano.

BC volta a subir projeção para IPCA

De acordo com o Boletim Focus, a projeção para o IPCA, principal medidor da inflação, de 2024 subiu para 4,12%, ante estimativa de 4,10% na semana passada. Para 2025, a taxa foi para 3,98%, contra estimativa anterior de 3,96%.

Já para a inflação de 2026 e 2027, as expectativas se mantiveram inalteradas, em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

Para o PIB (produto interno bruto), a mediana das projeções de 2024 passou de 2,19% para 2,20%. Em relação ao ano de 2025, a projeção caiu de 1,94% para 1,92%. Para os anos de 2025 e 2026, o BC manteve as projeções em 2,0%.