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Apesar da economia aquecida e do consumo elevado, especialistas alertam que a alta taxa de juros pode resultar em um risco de estagnação econômica. Nesse contexto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou na última sexta-feira (31) que a taxa de desemprego no Brasil atingiu o menor patamar da série histórica, chegando a 6,6%.
O dado reforça o cenário positivo do mercado de trabalho, mas também levanta questões sobre o impacto das políticas monetárias na sustentabilidade desse crescimento.
Segundo o IBGE, os trabalhadores informais somaram 39% do total de pessoas ocupadas, setor que não contribui com reservas do governo, mas está contabilizado no consumo e pressiona a demanda do País. O BC (Banco Central) trabalha para controlar o consumo com aumento na taxa de juros e prevenir a inflação
Essas forças divergentes preocupam investidores e economistas, que observam um “cabo de guerra” que afasta investimentos e posterga um aumento real na empregabilidade. O pior dos cenários, segundo especialistas ouvidos pelo BP Money, é o de estagnação econômica.
Governo dificulta formalização
Apesar do resultado de ocupação revelar os esforços do governo no crescimento do PIB e melhora na qualidade de vida da população, o mercado já vem alertando que a dívida pública e a política monetária não podem ser solavancadas por interesses governamentais.
Segundo o Pesquisador em Relações Internacionais, Alexandre Fermian, um mercado de trabalho equilibrado depende da redução de impostos e um estado menos burocratizado. O aumento do consumo com uma alta taxa de juros prejudica investimentos privados, o que afeta a formalização do mercado de trabalho.
“Um alto nível de informalidade reflete um governo oneroso, que torna inviável a formalização. Isso reduz investimentos e produtividade, compromete o crescimento.”, destaca. Segundo o professor, uma liberdade no mercado acompanha a diminuição da carga tributária levando a um menor risco de estagflação.
Desaceleração no crescimento
Para a economista Cristina Helena Mello, a possibilidade de estagnação econômica é uma possibilidade real, mas salienta que as projeções tem sido de diminuição no ritmo de crescimento. Contudo, destaca uma contradição do mercado de trabalho brasileiro:
“Muito do mercado informal brasileiro se deve a uma percepção das empresas de que a legislação traz custos excessivos para a contratação formal, mas ao mesmo tempo a gente também tem práticas das empresas na informalidade que dialogam com uma escravidão moderna.”, afirma.
Para a especialista, o desequilíbrio nas contas previdenciárias traz preocupação pois o Brasil não fiscaliza empresas que fazem contratações informais. Em um mercado com suporte de assistência previdenciária uma grande parte da população aposentada tem capacidade de compra daquilo que está sendo produzido naquele momento.
“Você tem mais gente produzindo, mais gente comendo, é mais fácil de distribuir. Esse é o bônus demográfico que a gente tem. Então nós perdemos essa janela de oportunidade para promover esse desenvolvimento sustentado sem riscos de desequilíbrio”, relembra.