As estimativas para a inflação no Brasil para este ano já estão em 7%, o dobro da meta para 2022, resultado da alta do petróleo e dos alimentos, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, com isso, as projeções para a Selic também aumentam. Hoje, o mercado vê a taxa básica de juros em 10,75% ao ano, acima de 13% ao final do ciclo de alta, podendo chegar a 14%. As informações são da Suno.
Desde o início das tensões na Ucrânia até última terça-feira (8), o índice CRB, responsável por medir a inflação global das commodities em dólar, cresceu 15,2%. Há consultoria que espera alta de até 25% nos valores em dólar das matérias-primas deste ano, o que acentua o crescimento da inflação e amplia o esforço para conter preços elevando a Selic.
Enquanto isso, o Bank of America (BofA), por conta da guerra, foi a instituição que fez a maior revisão de expectativa de inflação para o ano: elevou em um ponto e meio, de 5% para 6,5%, a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Já o BNP Paribas subiu de 6% para 7% e está no topo das projeções de IPCA para 2022 junto ao Credit Suisse, que aumentou de 6,2% para 7%.
O chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do BofA, David Beker, fala do aumento de preços de fertilizantes e alimentos para a revisão da inflação.
“Estimamos que o impacto total da alta de preços de grãos deve ser sentido no fim do primeiro semestre de 2022 no IPCA, e revisamos nossa expectativa de inflação de alimentos no fim do ano para 11%, de 7,5% antes”, diz, em relatório.