Uma pesquisa recente (2019) realizada pela “The Employer’s Guide to Financial Wellness” nos EUA, apontou que pessoas que vivem em constante preocupação pela falta de dinheiro são quatro vezes mais propensas à depressão e têm 3,4 mais chances de ter ataques de pânico ou ansiedade.
Segundo o levantamento, os transtornos são um dos principais causadores do suicídio no mundo.
A ConsigaMais+, fintech de crédito consignado privado, a mais um ano, tem dado força à essa luta. E conversou com Adriana Paula Santos Souza, que perdeu o marido para os problemas financeiros há quatro anos. “Hoje eu paro e penso: a gente conversava sobre tanta coisa. E tinha solução. Tudo tem solução. Tudo é diálogo, tudo é conversa”.
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Adriana revela que na época não percebeu o que estava acontecendo. A família tinha viajado para a Disney meses antes, tinha passado um Réveillon na praia e ela mesma tinha acabado de fazer uma cirurgia plástica. “Se eu soubesse que ele estava com problemas, não teríamos feito nada disso”. Desempregada atualmente, ela se esforça para que a perda do marido não tenha sido em vão. “Quero que meus filhos saibam que, se um dia passarem por isso, tem saída”.
“O controle das finanças é uma parte essencial das nossas vidas. Ter um planejamento e reserva financeira é importantíssimo, ainda mais no período que estamos vivendo. Se a pessoa não consegue ficar tranquila neste campo, pode acabar se afundando cada vez mais em dívidas. E, às vezes, a única saída que ela enxerga é essa”, explica Camilla Clemente, diretora de Recursos Humanos e Marketing da ConsigaMais+.
A psicóloga Viviane Domingues, idealizadora do projeto CrescerIE (Crescendo com Inteligência Emocional), concorda. “Falar sobre dinheiro, infelizmente, ainda é um tabu.
“A pessoa entra em um looping de pensamento e não consegue sair da situação. Isso gera comportamentos que reafirmam o pensamento, ou seja, faz dívidas em cima de dívidas. Dessa forma, ela se sente sem saída em seu endividamento. As preocupações geram insônia, angústia e a situação fica tão devastadora que o pensamento suicida prevalece como sendo a única maneira de aliviar a dor e a vergonha”, conta a psicóloga.
Viviane ainda disse que campanhas como a da ConsigaMais+ têm um papel fundamental na prevenção do suicídio. “Muitas vezes o suicídio é silencioso, mas também acontece dele aparecer em uma frase camuflada por uma brincadeira, e é necessário prestar muita atenção. Falar sobre o tema, levando informações à população, discutir o assunto, fazer campanhas e estudar maneiras de prevenção pode salvar vidas”.
Para a diretora de RH e Marketing da ConsigaMais+, Camilla Clemente, quando o assunto suicídio por endividamento é falado, é observado que grande parte das famílias foram pegas de surpresa. ” O suicida não compartilhava o que está acontecendo, evitando transmitir ideia de fracasso”.
Ainda segundo a diretora, a situação é bastante delicada e não apresenta tantos sinais tão notórios.
“É um processo silencioso, e muito perigoso, por isso temos que cuidar de nossos familiares e amigos, observando os pequenos sinais, para que estas pessoas possam ter ajuda profissional de um consultor financeiro, psicólogo, psiquiatra”, disse.
Setembro Amarelo
Em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM), organizou nacionalmente o Setembro Amarelo, sendo o dia 10 do mês, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, reforçando a importância de cuidar da saúde mental.
A criação da campanha foi com o objetivo de prevenir e reduzir os números de casos que vêm crescendo bastante. No Brasil, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos e no mundo mais de 1 milhão.
* Em caso de depressão e pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) através do número 188 ou site (https://www.cvv.org.br/). O atendimento é 24 horas, não é preciso se identificar e contato é gratuito para todo o Brasil *
