O Indec (Instituto Argentino de Estatísticas e Consenso) divulgou a taxa de inflação de março da Argentina nesta sexta-feira (12). A taxa acumula cerca de 90% nos últimos quatro meses, ao passo que os salários estão a passos largos de acompanhar a elevação dos preços.
Mesmo com a redução no poder de compra e mudanças no estilo de vida, pesquisas de opinião apontam que a maioria da população apoia as medidas do atual governo. No momento, o presidente da Argentina é Javier Milei (Partido Libertário).
A pesquisa mensal do BC (Banco Central) indica uma expectativa média de 12,5% de inflação no mês de março.
Contudo, o ministro da Economia, Luis Caputo, declarou que “a inflação do mês passado ficou mais perto da casa dos 10%”, conforme antecipado pelo “Uol”.
As duas previsões miram num acúmulo de cerca de 90% de inflação nos últimos quatro meses, desde que o governo Milei entrou em vigor. Esse é o percentual mais alto do mundo até o momento.
No documento divulgado pelo BC, os economistas estimam uma inflação de 189,4% em 2024. O dado é consideravelmente menor que os 210,2% esperados para fevereiro.
Argentina adia aumento no gás e transporte para conter inflação
Para que a inflação de março fosse menor que a de fevereiro, o governo optou por adiar elevações no gás e transporte para abril.
A tarifa de gás será elevada 300% para os particulares; já para o comércio, o aumento será de até 460%. A de água sentirá elevação de 209% e os transportes já sofreram o aumento de mais de 200%.
Os combustíveis, por sua vez, tiveram uma elevação de 170% na tarifa, ao passo que a da energia cresceu 300%.
Os salários da população não acompanham o ritmo das crescentes. Desta forma, o país vive passando por graves setoriais. A título de exemplo, na quinta-feira (11), houve uma paralisação dos motoristas de ônibus.