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Argentina: após alta em 2023, superávit comercial com Brasil volta a cair

No acumulado de 2024 até novembro, o comércio bilateral com a Argentina resultou em US$ 12,48 bilhões em exportações

Foto: Freepik/exportações
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O superávit comercial do Brasil com a Argentina voltou a cair em 2024, totalizando US$ 148,6 milhões entre janeiro e novembro. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5) pela Secex/Mdic (Secretaria de Comércio Exterior). No mesmo período em 2023, o saldo foi de US$ 4,77 bilhões e, em 2022, de US$ 2,25 bilhões, respectivamente.

No acumulado de 2024 até novembro, o comércio bilateral com a Argentina resultou em US$ 12,48 bilhões em exportações e US$ 12,34 bilhões em importações. Enquanto os embarques recuaram 21,4% na comparação anual, as importações subiram 115%.

José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), apontou que, em 2023, a exportação brasileira para o país vizinho foi impulsionada pela soja. Naquele ano, o Brasil registrou safra recorde do grão, enquanto a Argentina enfrentou uma quebra de safra devido a razões climáticas. Para honrar contratos, exportadores argentinos de soja precisaram importar o grão brasileiro.

Essa quebra, segundo o jornal Valor Econômico, foi um fenômeno atípico, que mascarou o impacto da crise argentina no comércio bilateral.

Argentina diminuiu muito o prêmio de risco, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (19) que a economia da Argentina tem surpreendido ao registrar um crescimento acima do esperado, impulsionada por um processo de contração fiscal.

A declaração foi feita durante um evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Campos Neto destacou que houve uma significativa redução no prêmio de risco da Argentina.

“Quando você reduz consideravelmente o prêmio de risco, isso acaba valendo mais do que o dinheiro que foi retirado de circulação devido à contração fiscal. Os números recentes mostram que a Argentina começou a apresentar um crescimento superior ao previsto”, comentou Campos Neto, segundo o Valor.

Ele também abordou os impactos variados que políticas fiscais podem ter sobre a economia, dependendo da percepção dos agentes. “Há situações em que a tentativa de estimular a economia por meio de um pacote fiscal acaba gerando o efeito contrário”, concluiu.