Argentina cria fundo estabilizador de trigo

O objetivo é reduzir a esteira de alta de preços dos alimentos, enquanto o conflito entre Rússia e Ucrânia permanece impactando commodities

A escalada das commodities durante as últimas semanas tem prejudicado mercados de diversos países, inclusive o argentino. Buscando meios de conter o avanço do trigo, o governo do país anunciou neste domingo (20) a criação de um fundo fiduciário estabilizador do produto.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, já havia anunciado a medida na véspera (19), porém a formalização ocorreu somente hoje, após publicação na edição do Boletim Oficial da República Argentina.

Segundo a Casa Rosada, sede da presidência argentina, o objetivo é reduzir a esteira de alta de preços dos alimentos, enquanto o conflito entre Rússia e Ucrânia segue sem acordos definidos e permanece impactando as cotações do trigo, milho, girassol e seus derivados.

Desde que o conflito teve início no leste europeu, o trigo já viu seu preço disparar cerca de 37%. Frente a isso, o governo do país elevou os impostos de exportação de óleo de soja e farelo, saindo de 31% para 33%.

“Estamos defendendo os consumidores argentinos sem prejudicar nossos produtores”, disse o ministro argentino de Agricultura, Pecuária e Pesca, Julián Domínguez, durante entrevista coletiva neste sábado. Domínguez atribuiu as medidas como “temporárias” e assegurou que pretendem garantir a “previsibilidade” aos produtores.

O ministro ainda revelou que Fernández solicitou a “estabilização do preço do trigo em valores pré-guerra enquanto durarem as consequências do aumento devido ao conflito”. O presidente pediu também a dissociação do preço argentino dos internacionais.

O líder da nação argentina comentou em seu pronunciamento ontem que o governo irá controlar a fiscalização de preços e que haverá uma “batalha contra os especuladores”. A intenção é aumentar o poder de compra dos salários, afirmou.

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