O Banco Central da Argentina reduziu, na segunda-feira (12), a taxa de juros do país de 100% para 80%. A decisão inesperada indica uma expectativa de desaceleração da inflação mensal.
Segundo a autoridade monetária da Argentina, a reconstrução constante de reservas foi um dos fatores que permitiu o corte na taxa de juros.
A medida também ocorre quando o país está tentando trocar até 55 trilhões de pesos (US$ 65 bilhões) de notas do Tesouro vencendo este ano por aquelas que vencem entre 2025 e 2028.
Argentina: inflação em janeiro desacelera para 20,6%
A taxa de inflação ao consumidor na Argentina desacelerou 20,6% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2023.
A informação foi divulgada na quarta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), que também apontou acúmulo de 254,2% em 12 meses.
O dado mensal significou uma desaceleração em relação aos 25,5% observados em dezembro, taxa que tinha sido a mais alta desde fevereiro de 1991.
A inflação veio menor que a precificada pelo mercado. Na primeira Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) para 2024, realizada pelo Banco Central (BCRA), os analistas privados calcularam que a inflação de janeiro atingiria 21,9%.
Inflação na Argentina ultrapassa 211% em 2023
A taxa anual de inflação na Argentina ultrapassou 211% em 2023, de acordo com dados oficiais divulgados em janeiro deste ano.
Esse é o nível mais elevado desde o início da década de 1990, enquanto o novo presidente, Javier Milei, busca combater a hiperinflação por meio de medidas de austeridade rigorosas.
A taxa de inflação mensal na Argentina atingiu 25,5% em dezembro, ligeiramente abaixo das previsões, após uma significativa desvalorização do peso implementada pelo governo de Javier Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro com a promessa de controlar a inflação.
O resultado de 2023 fez com que a Argentina ultrapassasse a Venezuela, que, durante muito tempo, foi considerada um ponto fora da curva na América Latina em termos de inflação.