Pelo quinto mês consecutivo, a Argentina registrou um superávit fiscal primário, desta vez em 2,33 trilhões de pesos – cerca de US$ 2,57 bilhões – no mês de maio. Desde que o presidente Javier Milei assumiu o comando do país, em dezembro de 2023, esse foi o maior resultado.
Junto com o superávit fiscal financeiro do mês, em 1,18 trilhão de pesos, os números mostram que o governo da Argentina tem se empenhando com o compromisso de alcançar um déficit zero em 2024.
Para Milei, a culpa da taxa de inflação do país estar no nível de 3 dígitos é dos anos de gastos excessivos e déficits fiscais profundos, de acordo com o “InfoMoney”.
“Com uma renda que excedeu em muito os níveis anteriores, o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal determinou que se mantenha o nível de gasto sustentável no médio e longo prazos, consistente com o ordenamento das contas fiscais nacionais”, foi o que comentou o Ministério da Economia em comunicado.
Argentina: inflação cai em maio, mas taxa anual ainda é a maior do mundo
Dados referentes ao mês de maio mostram um recuo da inflação na Argentina – provavelmente o nível mais baixo desde 2022.
Porém, com a inflação anual ainda próxima aos 300%, a maior do mundo, argentinos ainda não conseguem sentir os benefícios, visto que os preços de alimentos superam os salários.
A taxa de inflação mensal deve ter caído pelo quinto mês consecutivo em maio, provavelmente para menos de 5%, abaixo do pico de mais de 25% em dezembro, quando Milei assumiu o cargo e desvalorizou drasticamente o peso.
Mas Laura Basualdo, uma comerciante de 53 anos, disse ao InfoMoney que muitas pessoas estão tendo dificuldades para comprar produtos, pois o poder aquisitivo foi corroído pela inflação constantemente alta.
“Sou comerciante e muitas vezes vejo o cliente do outro lado que, claramente, se meus preços não forem bons para ele, ele sai para procurar outras ofertas”, disse Basualdo.