Maior desde 2000

Arrecadação federal tem novo recorde em abril, de R$ 228,8 bi

O resultado de abril representa alta anual de 8,26%; no acumulado do quadritrimestre, a arrecadação foi de R$ 886,642 bi

Receita Federal
Receita Federal / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A arrecadação federal no mês de abril atingiu o valor de R$ 228,8 bilhões, o melhor desempenho desde o ano de 2000 – tanto para o mês quanto para o quadrimestre.

O resultado de abril representa uma alta de 8,26% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o volume de impostos arrecadados alcançou R$ 886,642 bilhões, crescendo 8,33% ante o mesmo período de 2023.

Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 5,38% na
arrecadação do quadrimestre e de 7,38% na arrecadação do mês de abril.

O valor arrecadado em relação às receitas administradas pela Receita Federal, que englobam a coleta de impostos de competência da União, foi de R$ 213,301 bilhões, com alta de 9,08%, já descontada a inflação.

De acordo com a Receita, os maiores números no período podem ser explicados pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e pela tributação dos fundos exclusivos.

Arrecadação recorde não estimula déficit zero, dizem analistas

O reporte de ganhos com a arrecadação, feito pela Receita Federal nesta quinta-feira (21), surpreendeu o mercado ao apresentar o valor recorde de R$ 186,522 bilhões. No entanto, especialistas esclareceram, em resposta ao BP Money, que o resultado ainda não aproxima o governo da meta de déficit zero.

O valor em arrecadação, no mês de fevereiro, representou uma alta de 12,27%, na comparação anual. Sendo assim, o número se consagrou como o maior da História para o período mensal. 

Nesse sentido, é importante entender que a economia está crescendo, logo, é natural bater, ou superar, a arrecadação de tributos, disse Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital.

“O desafio é não permitir o acompanhamento ou a disparada também das despesas. Disso vem o superávit primário tão desejado. Nesse caso, no Brasil, a discussão é justamente conseguir manter o zero a zero, ou gastar mais do que perde”, explicou o economista.

Reforçando o ponto, Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, reitera que as despesas do governo federal também cresceram. Para ele, por questões sazonais, os dois primeiros meses do ano costumam ser positivos.

“No ano passado, o cenário foi diferente. Tivemos um ano muito bom, em termos de arrecadação, mas como um aumento muito significativo das despesas. Esse ano, logo no início de 2024, tivemos um aumento das receitas, com um aumento, também, das despesas”, disparou.

Na avaliação de Jorge, a tendência é de normalização, com as despesas superando a arrecadação, em algum momento do ano. A menos, disse ele, que o governo crie novos mecanismos de tributação que sustentem a conta.