Copom
Copom / Agência Brasil

A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (16), reforçou a avaliação do Banco Central de que será necessário manter a taxa básica de juros em patamar restritivo por um período prolongado. O objetivo é garantir a convergência da inflação à meta.

Na leitura da Warren Investimentos, o documento trouxe um tom claramente hawkish. Segundo a casa, o Comitê segue desconfortável com o cenário atual, o que reduz as chances de cortes na Selic já na reunião de janeiro.

De acordo com a ata, em um ambiente de expectativas de inflação desancoradas, a política monetária precisa ser mais contracionista e mantida por mais tempo do que em ciclos anteriores. Para a Warren, esse diagnóstico mostra que o Banco Central ainda busca uma reancoragem mais clara das expectativas antes de iniciar a flexibilização.

“A estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, destacou o Comitê.

Copom vê expectativas de inflação acima da meta

Apesar de a inflação acumulada em 12 meses estar em 4,4%, abaixo do teto da meta, a ata do Copom aponta que as expectativas seguem acima do objetivo em todos os horizontes. Na avaliação da Warren, esse fator explica a postura mais dura do Banco Central neste estágio do ciclo.

Além disso, o documento deixou claro que o Comitê pode voltar a elevar os juros. A ata afirma que o Copom “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste” se considerar necessário. Para a Warren, essa sinalização indica riscos assimétricos para a inflação, o que limita qualquer flexibilização no curto prazo.

Outro ponto de atenção envolve a inflação de serviços, que permanece resiliente. Segundo o Copom, o mercado de trabalho ainda apertado segue pressionando os preços. Embora existam sinais iniciais de desaceleração, atividade econômica e emprego continuam em níveis elevados.

Cortes na Selic ficam mais distantes

Diante desse cenário, a Warren avalia que o início do ciclo de cortes na Selic deve ocorrer apenas no fim do primeiro trimestre de 2026. Ainda assim, qualquer mudança dependerá de uma melhora mais consistente do ambiente inflacionário.

“Mantém-se a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda, que exige política monetária contracionista por período bastante prolongado”, afirmou o Comitê na ata.