Ata do Copom: Rússia x Ucrânia e commodities preocupam BC

É esperado que o barril do petróleo chega a US$ 121,00 no final de 2023.

A guerra entre Rússia e Ucrânia junto a volatilidade dos preços de algumas commodities têm causado receios ao Banco Central (BC). Esses fatores resultam na possível desancoragem das expectativas de inflação e no aumento dos prêmios de risco (na prática, diferença entre rendimento dos títulos públicos e outro investimento considerado seguro). As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (22) através da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC.

Segundo o Relatório Focus, que é publicado semanalmente e traz as projeções do mercado para importantes indicadores econômicos, é esperado que o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avance 6,59% em 2022 — esse foi o 10º aumento consecutivo para o índice. O dado é significativamente distante da meta do BC, que é uma variação de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

O IPCA é o medidor oficial da inflação brasileira e para conter as constantes altas, a organização pretende seguir com uma política monetária mais contracionista.

Com base nos resultados dos estudos do BC, os membros do Copom concluíram que a estratégia mais adequada seria realizar um ajuste de 1,00 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), seguido de um ajuste adicional da mesma magnitude.

Além disso, no que diz respeito às commodities, o destaque do encontro foi o petróleo — recentemente ele chegou a saltar mais 7%. A projeção é que no final de 2023 o preço do barril deva estar em torno de US$ 121,00, o que extrapola o “horizonte relevante” da política monetária brasileira e se baseia em um cenário internacional irregular, especialmente por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia.
 
O que esperar da próxima reunião?
Para o próximo encontro do Copom, a ata antecipa que deve ocorrer um novo aumento da mesma magnitude (1,00 ponto percentual) para a Selic, contudo, é acrescentado que o movimento pode ser alterado conforme a inflação se aproxima da meta do BC.

Com isso, a decisão que será tomada na próxima reunião fica condicionada ao desempenho da atividade econômica, do balanço de risco e das próximas estimativas para inflação.

 

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