Economia

Ata do Fed: comitê se preocupa com efeitos das políticas de Trump

Na reunião que aconteceu en 17 e 18 de dezembro, o Fed reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual

Fed nos EUA
Fed nos EUA / Foto: Freepik

A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve), realizada em dezembro, mostrou que os integrantes do Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) concordam que a inflação provavelmente continuará em desaceleração neste ano, mas também viram um risco crescente de rigidez na pressão sobre os preços, isto por conta  dos possíveis impacto das políticas esperadas com o novo governo Trump.

Na reunião que aconteceu en 17 e 18 de dezembro, o Fed reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual. Após o encontro, as projeções do mercado financeiro indicaram que os membros devem cortar apenas 0,5 p.p. da taxa de juros em 2025, em comparação com 1 ponto percentual completo em setembro.

Enquanto isso, a ata do Fed destacou que “os membros esperavam que a inflação continue a se mover em direção a 2%, embora tenham notado que as leituras recentes mais altas do que o esperado sobre a inflação e os efeitos de possíveis mudanças na política comercial e de imigração sugeriram que o processo poderia levar mais tempo do que o previsto anteriormente”.

“Diversos [integrantes] observaram que o processo desinflacionário pode ter paralisado temporariamente ou notaram o risco de que isso pudesse acontecer”, consta no documento, segundo o “InfoMoney”.

Além disso, a ata do Fed também apontou que o corte da taxa de dezembro, que define as políticas, como “finamente equilibrado”. Alguns dos membros da autarquia observaram os “méritos” de não reduzir os juros à luz do que alguns veem como uma estagnação do progresso para a redução da inflação.

Devido à incerteza prevista para o futuro e a queda já em 1 ponto percentual na taxa básica de juros em 2024, “os participantes indicaram que o Comitê estava no ponto ou perto do ponto em que seria apropriado desacelerar o ritmo de flexibilização da política”, consta na ata do Fed. 

“A maioria dos participantes observou que … o Comitê poderia adotar uma abordagem cuidadosa ao considerar” mais cortes.

Dirigente do Fed: juros de longo prazo vão cair menos que o esperado

Tom Barkin, o presidente da distrital do Fed (Federal Reserve) de Richmond, disse nesta sexta-feira (03), durante um evento em Baltimore, que a inflação ainda não voltou à meta do Banco Central, embora as incertezas tenham sido reduzidas, sendo assim, os juros de longo prazo devem ficar acima do esperado inicialmente.

“No fim da curva de juros, parece haver mais entendimento de que os juros não vão cair tanto quando alguns pensavam”, afirmou o dirigente do Fed.

Finalizadas a eleição presidencial dos EUA e com o Fed começando a cortar os juros, as incertezas diminuem, apontou Barkin, embora ainda existam algumas dúvidas sobre as políticas a serem implementadas pelo governo Trump. 

Alguns fatores citados pelo dirigente foram as tarifas, imigração, regulação e impostos. Para Barkin, há mais chances de maior crescimento do que menor. “Vejo riscos do lado da inflação”, disse ele.

O dirigente do Fed citou o mercado de trabalho dos EUA – ainda aquecido – e os gastos dos consumidores resilientes como responsáveis por um cenário econômico mais positivo.

“Enquanto as pessoas mantiverem seus empregos e os valores dos ativos permanecerem sólidos, elas devem continuar a gastar. Com o otimismo empresarial tão alto e a oferta de mão de obra devendo parar de crescer, parece que o equilíbrio atual do mercado de trabalho têm mais probabilidade de se romper em direção à contratação do que em direção à demissão”, disse ele, segundo o “Valor”.

“Mas caso o emprego piore ou a inflação volte, o Fed tem instrumentos para responder”, prosseguiu. Segundo Barkin, os fundamentos econômicos e “talvez a geopolítica” tenha mais espaço este ano, ao invés da política monetária.

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