O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (21), revelou mais um aumento na projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024, passando de 4,39% para 4,50%. Na perspectiva de especialistas ouvidos pelo BP Money, esse aumento sugere que o mercado ainda está envolto em incertezas referentes às políticas macroeconômicas e a inflação brasileira.
“Os principais fatores que fizeram com que essa projeção aumentasse se dão pelo setor de serviços, especialmente pelas secas dos últimos tempos”, comentou Tcharla Bragantin, docente no curso de gestão e negócios do Centro Universitário Módulo.
Desta forma, esse cenário traz ao mercado a percepção de que a pressão inflacionária pode ser mais persistente do que o esperado inicialmente.
Além do setor de serviços, os preços podem ser influenciados por fatores como a desvalorização cambial. Além disso, a elevação dos preços das commodities — especialmente o petróleo —, e pressões sobre valores administrados (energia e combustíveis) também podem afetar.
A retomada do crescimento econômico, prevista para 2024, pode criar uma demanda adicional, contribuindo para a inflação de demanda. A afirmação é da especialista em mercado de capitais e sócia da The Hill Capital, Mariana Conegero.
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“A inflação mais alta nas projeções também pode estar ligada a expectativas inflacionárias ainda desalinhadas, o que tende a influenciar as revisões dos agentes econômicos”, disse Conegero.
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O recente relatório do Boletim Focus reforça um cenário de cautela, com possíveis ajustes em carteiras de investimentos. Assim, as alterações devem ser voltadas para proteção contra a inflação e sensibilidade aos juros.
Nesse contexto, setores ligados a commodities podem ser beneficiados se a inflação for impulsionada por uma alta nos preços dessas matérias-primas. Esse fator pode ser fortalecido se o dólar se mantiver valorizado.
“Investidores podem encontrar oportunidades em setores que se beneficiam de inflação mais alta, como utilities (energia, saneamento), que repassam custos aos consumidores, mas devem avaliar cuidadosamente o impacto do custo de financiamento sobre o desempenho das empresas”, comentou a especialista em mercado de capitais Conegero.
