Avaliação de economistas

Atividade de 2024 impulsionou déficit em conta corrente

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, destacou que a elevação do déficit em conta corrente é resultado do crescimento da demanda agregada

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Foto: Freepik

A alta do déficit em conta corrente, de US$ 24,5 bilhões em 2023 para US$ 56 bilhões em 2024, ocorreu devido à forte atividade econômica observada no ano passado. A avaliação é de economistas. As estatísticas do setor externo foram publicadas pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (24).

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, destacou que a elevação do déficit em conta corrente é resultado do crescimento da demanda agregada em ritmo superior ao do PIB (Produto Interno Bruto). “O excesso de demanda, vindo do crescimento do consumo e dos investimentos, tem acelerado a piora do resultado externo”, disse o economista ao Valor.

A expectativa do especialista é de que as condições das contas externas sigam positivas em 2025 e que o déficit, em proporção ao PIB, apresente um crescimento marginal. “Nossa estimativa é que o aperto das condições financeiras desacelere bastante o ritmo da demanda em 2025 e 2026, reduzindo o ritmo de crescimento do déficit”, afirmou.

Para ele, uma parcela do avanço do déficit externo vem de alterações estruturais que continuarão impactando os resultados. Oliveira afirmou que a saída de dólares por compra de criptomoedas, as bets e a facilidade de abrir uma conta em moeda estrangeira devem seguir nos próximos anos. “Em nossa opinião, esses fatores já pressionam a taxa de câmbio em determinados dias por conta do fluxo de saída”, acrescentou.

Atividade econômica nos EUA melhora em novembro e índice sobe para -0,12

O índice de atividade nacional dos Estados Unidos, elaborado pelo Federal Reserve (Fed) de Chicago, registrou uma alta em novembro, subindo para -0,12, conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 23. Como apurado pelo jornal estadão, o resultado representa uma alta em relação ao nível revisado de -0,50 em outubro. A expectativa de analistas consultados pela FactSet era de que o índice avançasse para -0,10, ligeiramente acima do número efetivamente reportado.

O índice é considerado um termômetro da atividade econômica dos EUA, medindo 85 indicadores econômicos que refletem condições nacionais. Apesar do aumento em novembro, o número ainda está em território negativo, o que sugere que a economia norte-americana continua operando abaixo da média histórica, embora com sinais de recuperação em relação aos meses anteriores.

Além disso, a pesquisa do Fed de Chicago trouxe uma revisão para o dado de setembro, ajustando o índice de -0,27 para -0,30, indicando que o desempenho naquele mês foi um pouco mais fraco do que o originalmente estimado. Essa atualização reforça a cautela dos economistas ao analisar os números mais recentes, destacando a importância de dados revisados para avaliar tendências econômicas.