RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A atividade econômica do país avançou 0,6% em julho, frente a junho, indica o Monitor do PIB, calculado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Na comparação com julho de 2020, houve alta de 6,6%, conforme os dados divulgados nesta sexta-feira (17).
A pesquisa ainda traz recorte trimestral. Conforme o monitor, a atividade cresceu 0,3% no trimestre móvel encerrado em julho, frente ao imediatamente anterior, finalizado em abril.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, o crescimento foi mais elevado, de 9,6%.
O Monitor do PIB busca antecipar o ritmo da atividade econômica no país. O resultado oficial do PIB é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O dado mais recente divulgado pelo IBGE é referente ao segundo trimestre deste ano, quando o PIB encolheu 0,1%.
Analistas salientam que o avanço da vacinação contra a Covid-19 representa um estímulo para a economia no segundo semestre. Setores que dependem da circulação de clientes, como serviços de bares, restaurantes e hotéis, apostam na imunização para retomar negócios.
O desempenho da atividade econômica, por outro lado, é desafiado por uma série de ameaças neste momento. Escalada da inflação, desemprego elevado, risco de falta de energia elétrica e crise política protagonizada pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) fazem parte dessa lista.
Em meio a esse cenário, instituições financeiras passaram a reduzir as estimativas para a alta do PIB. Uma nova rodada de revisões feita por analistas nos últimos dias já projeta crescimento abaixo de 1% em 2022.
A pressão inflacionária tem sido puxada por itens como os combustíveis e a conta de luz, que ficou mais cara em razão da seca prolongada. A crise hídrica também gera risco de falta de energia elétrica, caso não haja melhora no quadro de chuvas.
Já a crise política eleva incertezas entre agentes econômicos, o que joga contra investimentos produtivos na economia, importantes para a melhora do emprego. No segundo trimestre, dado mais recente à disposição, o Brasil tinha 14,4 milhões de desempregados.