Atraso em implementação de 5G gera prejuízo de R$ 2,8 bi cada mês

A tecnologia 5G é a mais recente fronteira de desenvolvimento do serviço móvel de telecomunicação, e uma estimativa feita pela consultora Telecom Advisory apontou que o atraso na implementação dessa tecnologia no País está começando a gerar um prejuízo de aproximadamente US$ 534,79 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões).

O levantamento foi feito através da pesquisa “O Valor da Transformação Digital por meio da Expansão Móvel da América Latina”.

“Para se ter uma ideia do potencial de retorno econômico do 5G, o estudo estima que a implantação das redes 5G resultaria em crescimento acumulado de cerca de US$ 104 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, medido a preços de 2019”, afirmou o ministro da Comunicação, Fábio Faria, em entrevista à Valor.

“Além de efeitos associados diretamente ao aumento dos investimentos na construção e instalação das redes, a consultoria indica que o efeito sobre o PIB decorreria do aumento da demanda por bens e serviços, de ganhos de eficiência das atividades produtivas e da criação de novos mercados”, explicou o ministro, que tem feito esforços para que o leilão da rede 5G seja realizado antes do final deste ano.

Faria se reuniu com todos os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que devem avaliar o edital do leilão dentro do prazo de 90 dias. O leilão de licenças 5G será o maior já realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

“Tenho total convicção e confiança de que o TCU já está nos momentos finais da análise e preparação do relatório. Eles sabem da importância do 5G para o Brasil e trabalharão para acelerar os prazos, estão prestes a votar o relatório”, sinalizou Faria, que, em outras palavras, afirmou que o TCU não deve usar todos os 90 dias para dar seu parecer.

“Vai ser o maior leilão de telecomunicação da história do Brasil”, ele prevê. É estimado que o leilão levante R$ 45 bilhões. Deste valor, de 5% a 10% será destinado ao Tesouro Nacional a título de outorga. O restante deve ser investido, obrigatoriamente, pelas companhias na implementação da rede. “É um leilão que vai ser mais de 90% não arrecadatório para que a gente possa eliminar o nosso deserto digital, levar internet para 40 milhões de brasileiros que não têm”.