
A Azul (AZUL4) teve mais um dia negativo no mercado financeiro.
As ações da companhia aérea voltaram a despencar nesta sexta-feira (25), com queda de dois dígitos logo nas primeiras horas do pregão.
Azul sofre novo tombo após oferta de ações
Por volta das 11h30 (horário de Brasília), os papéis da Azul (AZUL4) registravam recuo de 13,56%, sendo negociados a R$ 2,04.
A forte queda ocorre logo após a conclusão da oferta pública de ações preferenciais (follow-on), que levantou R$ 1,66 bilhão com a emissão de 464 milhões de novos papéis.
A operação faz parte do processo de reestruturação financeira da empresa, que tem como objetivo reduzir o alto nível de endividamento.
Apesar disso, o resultado ficou aquém do esperado pelo mercado.
Oferta de ações não atinge potencial máximo
Inicialmente, a Azul (AZUL4) pretendia emitir até 700 milhões de ações, o que poderia resultar em uma captação de até R$ 4,1 bilhões.
No entanto, apenas parte desse volume extra foi aproveitada.
Segundo analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, a baixa adesão à troca de dívida por ações foi um dos principais pontos de atenção.
Dos R$ 1,6 bilhão (US$ 275 milhões) em dívidas com vencimento em 2029 e 2030, os credores converteram apenas R$ 48 milhões.
Sendo assim, a Azul ainda carrega cerca de US$ 100 milhões em dívidas, com a necessidade futura de uma nova operação para equitização.
Azul (AZUL4) mantém alavancagem alta e preocupa investidores
De acordo com relatório da XP Investimentos, a entrada de capital foi inferior ao desejado, refletindo uma demanda reduzida por parte dos acionistas atuais.
Como consequência, a alavancagem da companhia deve cair menos do que o previsto.
O último balanço, referente ao quarto trimestre de 2024, indicava uma alavancagem de 4,9 vezes (dívida líquida/Ebitda).
Com o follow-on, a expectativa era de reduzir esse índice para 3,4 vezes.
Contudo, os novos cálculos da XP apontam uma queda menor, para 4,5 vezes.
Perspectivas para a Azul seguem desafiadoras
Apesar dos esforços para reequilibrar sua estrutura financeira, a Azul (AZUL4) continua enfrentando forte pressão no mercado.
A alta alavancagem e o fraco interesse na oferta de ações colocam em dúvida a efetividade da atual estratégia da empresa.
Para analistas, será essencial que a companhia apresente melhorias operacionais nos próximos trimestres.
Caso contrário, novos movimentos de reestruturação poderão ser exigidos.