Banco Central Europeu mantém taxas de juros

BCE também acelerou o processo de redução das compras de ativos

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as principais taxas de juros nesta quinta-feira (10), depois de uma reunião de política monetária. A taxa de depósitos permaneceu em -0,50%, a taxa de refinanciamento, a com mais relevância das três, em 0% e a taxa de empréstimo em 0,25%. As informações são do Estadão.

Com o cenário inflacionário atual na zona do euro, o banco resolveu acelerar o processo de redução das compras de ativos através do Programa de Compras de Ativos (APP, na sigla em inglês) e ratificou que o Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) será finalizado ainda neste mês.

Por meio do APP, a entidade vai comprar 40 bilhões de euros mensais em abril, 30 bilhões de euros em maio e 20 bilhões de euros em junho.

A BCE explicou que se a inflação não reduzir a ponto de aliviar a expectativa de médio prazo, as comprar pelo APP no terceiro trimestre de 2022 serão suspensas.

No entanto, existe a possibilidade de rever os planos caso a inflação evolua para um nível inconsistente com a meta de 2% ao ano, segundo o banco central dos 19 países da zona do euro.

De acordo com o BCE, as taxas básicas de juros só serão alteradas “um tempo depois” do término das compras pelo APP, e o processo será feito de forma gradual.

“Esperamos que os juros básicos fiquem nos níveis atuais até que a inflação atinja 2% bem antes do final do horizonte de projeção e duradouramente pelo resto do horizonte de projeção”, disse o BCE, que retirou a possibilidade de juros mais baixos de sua comunicação nesta decisão.

A instituição financeira também resolveu adiar a linha de crédito para bancos centrais até 15 de janeiro de 2023, e repetiu que as condições especiais do programa de Operações de Financiamento Direcionado de Longo Prazo (TLTRO III) serão descontinuadas em junho deste ano.

Sobre as tensões entre Rússia e Ucrânia, o BCE comentou que a invasão está sendo “um divisor de águas para a Europa”. E ainda defendeu uma posição flexível para evitar ameaças à transmissão dos instrumentos de política monetária, assegurando que tomará “quaisquer ações necessárias” para garantir a estabilidade de preços.