O tempo fechou para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) após um trimestre decepcionante levantar dúvidas sobre a sustentabilidade dos retornos da instituição nos próximos períodos.
Não foi apenas o lucro que frustrou – R$ 7 bilhões, bem abaixo do consenso de R$9 bilhões – mas também a rentabilidade, que despencou para a casa dos 16%.
Diante de tamanha incerteza, o próprio banco decidiu suspender as projeções que vinha fornecendo ao mercado.
Pelo menos cinco casas rebaixaram a recomendação: Bradesco BBI, Genial, BTG Pactual, Santander e XP.
O Itaú BBA cortou o preço-alvo e adotou expectativas conservadoras de apenas 12%,o que deixaria a rentabilidade pior que a do Bradesco, que vem passando por um processo de recuperação.
O Santander foi uma das instituições que rebaixaram as ações do Banco do Brasil e retiraram o papel da carteira de dividendos. O motivo foram os resultados fracos e bem abaixo do esperado.
“As ações podem ficar sob pressão no curto e médio prazo, especialmente diante das revisões baixistas nas projeções de lucro e dividendos pelo consenso”, alertou a corretora.
No novo modelo do Santander para o BB, três mudanças principais se destacam:
- Corte de 20% nas projeções de lucro para 2025 e 2026;
- Elevação do custo de capital próprio em mais de 250 pontos-base;
- Redução do ROE de longo prazo para 16%.
A XP Investimentos seguiu caminho parecido, rebaixando a recomendação para ‘neutra’ e cortando o preço-alvo das ações de R$ 41 para R$ 32.
A corretora também revisou para baixo as estimativas de lucro líquido, com quedas de 29% para 2025 (R$ 28 bilhões) e 28% para 2026 (R$ 30 bilhões).
Segundo a XP, o ajuste reflete, sobretudo, uma expectativa de queda de 12% na margem financeira líquida (NII) e um aumento de 9% no custo de crédito.