Perspectiva

Banco Mundial eleva projeção de crescimento do PIB em 2024

Brasil está previsto para registrar uma das menores taxas de crescimento na região da América Latina e Caribe em 2024

Banco Mundial avalia economia brasileira
Divulgação/Banco Mundial

O Banco Mundial revisou novamente sua projeção para a economia brasileira neste ano, mas ainda prevê uma desaceleração pela frente.

O organismo agora espera que o PIB (Produto Interno Bruto) do País cresça 1,7% em 2024, uma revisão para cima em relação à última projeção de 1,5%. Em 2023, a economia brasileira avançou 2,9%.

Nesse cenário, o Brasil está previsto para registrar uma das menores taxas de crescimento na região da América Latina e Caribe em 2024. Estará à frente apenas de países como Colômbia e Bolívia, além de Argentina e Haiti, que estão projetados para enfrentar recessão este ano, de acordo com o banco.

“O Brasil é obviamente uma economia enorme. Vemos crescimento de 1,7% neste ano, 2,2% no próximo e 2,0% no ano seguinte”, disse o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, William Maloney, ao comentar as novas projeções da instituição, publicadas na quarta-feira (10).

No estudo “Concorrência: o ingrediente que falta para crescer?”, o Banco Mundial destaca, porém, que o desempenho mais fraco de países como o Brasil deve pesar no desempenho da região da América Latina e Caribe neste ano, conforme o Banco Mundial. “A expectativa é de que, tanto no Brasil quanto no México, ocorra uma desaceleração em relação a 2023”, diz a instituição.

Crescimento do País menos intenso

Apesar de um crescimento menos intenso, o Banco Mundial ressalta a contribuição do Brasil para a redução da pobreza na região da América Latina e Caribe. “A pobreza caiu abaixo dos níveis pré-pandemia, principalmente devido à influência do Brasil e do México”, diz.

Em contrapartida, Maloney ressaltou a necessidade da busca por um crescimento resiliente. “Assim como buscamos um maior crescimento no Brasil e em toda a região, precisamos prestar atenção a esses fundamentos: educação, apoio a negócios, infraestrutura, concorrência, que seguem fundamentais”, disse.

Fiscal e monetária nos olhando do Banco Mundial

Segundo o economista do Banco Mundial, apesar das discussões em torno da possível mudança da meta fiscal, o Brasil possui uma base “bastante sólida”. “Não vejo grandes problemas no futuro próximo no que diz respeito à política macroeconômica”, afirmou Maloney.

No que diz respeito à política monetária, o banco destaca que os bancos centrais independentes do Brasil, Chile, Colômbia e Peru continuam reduzindo suas taxas de juros, com outros países da região seguindo o exemplo.

No entanto, o organismo pondera que as altas taxas de juros nos Estados Unidos e os ventos contrários externos devem continuar exercendo pressão sobre o desempenho econômico local.

Os dados mais robustos da inflação nos EUA novamente adiaram as expectativas de um corte nas taxas de juros no país, retirando junho do radar e fazendo com que os mercados passem a precificar setembro como o momento mais provável para a primeira redução de taxas nos EUA.

“Se as taxas de juros mundiais permanecerem elevadas e continuarmos a reduzir as nossas, isso fará com que os países da América Latina e Caribe sejam também destinos menos atraentes para os fluxos de capital”, avaliou Maloney. “Portanto, quanto mais cedo os EUA e a Europa conseguirem controlar a inflação, melhor para nós na região.”

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