O Banco Mundial indicou que o mundo pode ficar “cautelosamente otimista” com a redução da inflação global em 2024, em artigo publicado nesta sexta-feira (22). Mesmo assim, a instituição afirma que “há riscos para reacender as pressões sobre preços”, e que é “muito improvável” que os bancos centrais reduzam os juros antes de estarem plenamente convencidos de que a inflação está rumando à meta.
O Banco pontua que a demanda mundial está caindo, enquanto as perturbações na oferta estão sendo reduzidas e os preços de matérias-primas, se moderando. No geral, a política monetária dos países está em níveis restritivos, fazendo com que a inflação seja reduzida coletivamente no globo.
A expectativa também é de que o preço do petróleo continue caindo no ano que vem, aliviando a alta de preços de energia. Além disso, os efeitos “defasados e contínuos” das taxas de juros elevadas deverão manter a atividade mundial fraca.
Mesmo assim, o potencial para um choque inflacionário decorrente de tensões geopolíticas ainda é alto, e por isso os bancos centrais devem estar prontos para aumentar as taxas em uma resposta rápida, diz o Banco.
Não só, as pressões contínuas que mantiveram a inflação elevada podem voltar a persistir e obrigar os bancos centrais a desencadear uma queda mais acentuada da atividade econômica, forçando uma recessão em alguns países, destaca.
Banco Central estima que inflação feche o ano em 4,6%
A inflação do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), deve fechar o ano em 4,6%, e a chance de que o índice estoure a meta caiu de 67% para 17%. As informações constam do relatório de inflação do terceiro trimestre, divulgado na quinta-feira (21) pelo BC (Banco Central).
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. As informações são da Agência Brasil.
“Em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, a redução significativa da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta para 2023 (4,75%) que passou de cerca de 67% no relatório anterior para 17% neste relatório. Essa alteração reflete a queda na projeção para 2023 (de 5,0% para 4,6%) e a redução da incerteza associada a um horizonte mais curto de projeção”, explica o documento.
O relatório cita ainda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano (a.a.), e diz que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025.