Banco Mundial tem US$ 3,6 bi para investir no Brasil, diz diretor

Dinheiro será investido em ações climáticas e na inclusão de mulheres, afrodescendentes e indígenas na economia

O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, afirmou nesta sexta-feira (14), que a instituição tem US$ 3,6 bilhões (equivalente a R$ 17 bi na cotação atual) comprometidos para investir em projetos para o Brasil nas áreas de administração fiscal, apoiando os governos federal e local, crescimento baseado em alta produtividade, em ações climáticas e na inclusão de mulheres, afrodescendentes e indígenas na economia.

“Esses grupos são 75% da população, se não fizermos tudo o que pudermos para incluí-los na economia, o Brasil não vai crescer como deveria”, destacou. No ano fiscal de junho de 2022 a junho de 2023, o Banco terá investido aproximadamente U$ 1 bilhão. As informações são do jornal “O Globo”.

Segundo Zutt, o país é o que tem um dos menores crescimentos entre os de renda média, crescendo 0,5% em média anual de 2010 a 2021, enquanto os demais pares equivalentes crescem 4% por ano.

“Isso ocorre em parte porque a produtividade está muito abaixo do que deveria. Sem crescimento, não haverá os empregos para que as pessoas saiam da pobreza, mas precisam estar baseado em alta produtividade”, disse.

Johannes Zutt mora em Brasília, mas veio para Washington participar dos encontros de primavera do Bando Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), que terminam hoje. Investidores, economistas e autoridades financeiras de todo o mundo estão reunidos desde a segunda-feira (10).

A próxima reunião das duas instituições será em Marrakech, no Marrocos, em setembro. Em uma rápida entrevista à imprensa brasileira, Zutt disse que uma das grandes preocupações do Banco Mundial está relacionada a questões climáticas. O diretor afirmou que a instituição vai apresentar um relatório em breve sobre Clima e Desenvolvimento no Brasil.

De acordo com o relatório, se o Brasil controlar o desmatamento na Amazônia na mesma proporção de dez anos atrás, quando teve o seu nível mais baixo, reduziria drasticamente a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa em torno de 75%.

“O mais importante que o Brasil pode fazer é diminuir para zero o desmatamento até 2028, como promete o atual governo. O Brasil tem uma boa matriz de energia verde e pode incentivar indústria a produzir por meio de energia limpa, e isso é o que o mercado futuro vai demandar”, afirmou.

Zutt citou que mais de 80% da potência energética brasileira é limpa, com crescimento de energia solar e eólica. “A União Europeia vai impor um imposto adicional para produtos que não são provenientes de energia limpa. O Brasil está em uma posição muito boa e tem condições de produzir produtos que não sejam taxados. Vários países já estão produzindo mais em energia limpa”, comentou.

Ainda sobre clima, Johannes Zutt afirmou que o Banco Mundial vem trabalhando com o Brasil nos últimos anos na preparação de um mercado de carbono. Segundo o diretor, atual gestão está pensando em várias opções entre elas, um imposto de carbono e também um regime de comércio de emissões gás carbônico.

O Grupo Banco Mundial é o maior financiador mundial da ação climática nos países em desenvolvimento. Entre 2016 e 2021, o Banco Mundial investiu aproximadamente US$ 109 bilhões em financiamento climático, incluindo um recorde de US$ 26 bilhões em 2021.

 

Davos 2023: recessão global deve acontecer em 2023, diz pequisa

De acordo com economistas-chefe dos setores público e privado entrevistados pelo Fórum Econômico Mundial, a recessão mundial é “extremamente provável” em 2023. A pesquisa mostra que 18% consideram a possibilidade de recessão neste ano, mais do que o odobro da pesquisa realizada em setembro de 2022. Com o tema “Cooperação num mundo fragmentado”, a reunião anual de Davos, iniciada nesta segunda-feira (16), trata temas como a guerra na Ucrânia e a recessão econômica mundial. As informações são da “Reuters”. 

“A atual inflação alta, baixo crescimento, dívida elevada e ambiente de alta fragmentação reduzem os incentivos para os investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”, afirmou Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Econômico Mundial, em comunicado divulgado junto a pesquisa.

A pesquisa do fórum de Davos foi baseada em 22 respostas de um grupo de economistas de alto escalão de agências internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), bancos de investimento, empresas multinacionais e grupos de resseguros.