Negócios e economia

Bancos buscam Galípolo para ampliar crédito a cidades e indústria

Os bancos envolvidos na demanda avaliam que Gabriel Galípolo pode ser mais sensível e aberto a discutir as alterações nas regras do BC

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A ampliação da oferta de crédito à indústria e para os municípios brasileiros é o novo objetivo dos bancos e, para isso, eles têm se movimentado para flexibilizar as regras definidas pelo BC (Banco Central). Representantes de bancos oficiais planejam se encontrar com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para discutir o assunto, segundo apuração do “Broadcast”.

Um dos objetivos é elevar o teto do que as instituições financeiras podem emprestar a entes públicos, como municípios. Essa iniciativa pode impactar bancos como a Caixa Econômica e outras instituições regionais.

As instituições também querem ampliar o limite do que os bancos de fomento podem emitir em LCD (Letras de Crédito de Desenvolvimento), sobretudo as instituições menores, que captaram no máximo permitido em 2024, ano de estreia do título idealizado para levantar recursos para financiar a indústria.

Os envolvidos na demanda avaliam que Galípolo pode ser mais sensível e aberto a discutir as alterações. Com isso, os bancos estavam esperando a troca do comando do BC para tratar com mais afinco do tema com a autoridade monetária – até o fim de 2024 o órgão era presidido por Roberto Campos Neto. 

O encontro com o presidente do BC pode ocorrer ainda neste mês, de acordo com o site. Porém, para que os bancos conquistem os ajustes que desejam, precisam de votos do BC no CMN (Conselho Monetário Nacional), que também é integrado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. 

Segundo o veículo, Haddad já recebeu as demandas uma vez, mas a expectativa é por uma nova reunião com o chefe da equipe econômica.

Bancos esperam queda adicional do dólar no curto prazo

O bom desempenho do real frente ao dólar em janeiro se estendeu para fevereiro, com a moeda norte-americana abaixo da marca simbólica de R$ 5,70. Mesmo que o dólar tenha se distanciado dos patamares históricos vistos no fim de 2024, o real ainda segue desvalorizado e possui algum espaço para apreciação no curto prazo. Essa é a avaliação de alguns bancos estrangeiros.

Esses bancos chegam a recomendar posições compradas (aposta na alta) no real, mesmo prevendo um caminho volátil pela frente.

A estrategista Teresa Alves, do Goldman Sachs, aponta que a moeda brasileira ainda apresenta perspectivas atraentes de retorno, em um ambiente que contempla valuations (avaliação de mercado) ainda baratos.

Desde o final de 2024, o Goldman Sachs tem mantido em suas recomendações posições vendidas em euro contra o real, ou seja, uma aposta na queda da moeda única em relação à divisa brasileira. O euro acumula uma contração de 6,93% frente ao real neste ano, o que levou o banco norte-americano a ajustar os níveis de stop e de alvo da posição, mantendo a recomendação de apostas na valorização da moeda brasileira.