Economia

Bancos recuam projeção para crédito em 2023, mas tem otimismo em 2024

A pesquisa da Febraban aponta que em 2024, há uma expectativa de um avanço de 8,3% para 8,5%

As previsões para o crescimento da carteira de crédito em 2023 foram reduzidas pelos bancos, enquanto as perspectivas para 2024 receberam um aumento. Segundo a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas de dezembro, a estimativa para 2023 foi reajustada de 7,4% para 6,9%. Contudo, para 2024, houve um incremento de 8,3% para 8,5%.

A revisão para baixo em 2023 concentrou-se principalmente na carteira livre da pessoa física. A expectativa de crescimento para esse segmento caiu de 6,1% para 5,2%. No crédito destinado às famílias, a projeção diminuiu de 9,5% para 8,0%. A Febraban justifica isso pelo menor dinamismo dos últimos meses, especialmente nas linhas de maior risco. Em contrapartida, a expectativa para a carteira livre das empresas aumentou ligeiramente, de 1,3% para 1,4%.

Por outro lado, a perspectiva para a carteira direcionada em 2023 subiu de 8,8% para 9,5%, impulsionada principalmente pelo crédito destinado à pessoa jurídica, que saltou de 6,9% para 8,6%, devido aos programas públicos de crédito. Quanto ao crédito direcionado para pessoa física, a projeção subiu de 9,8% para 10%.

Os dados oficiais de 2023 serão divulgados pelo Banco Central no final de janeiro. Apesar disso, há expectativas mais positivas para 2024, com previsões de um retorno ao crescimento do crédito. Isso deve acontecer em decorrência da redução da taxa de juros e da melhoria nos índices de inadimplência, particularmente favoráveis ao crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico.

“O mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável em 2023, movimento esperado diante da política monetária contracionista, aumento da inadimplência e eventos negativos no setor corporativo no início do ano. Ainda assim, deve terminar o ano com uma expansão nominal próxima a 7%”, analisa Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, em nota.

Inadimplência

As expectativas para a taxa de inadimplência na carteira livre permaneceram estáveis de acordo com a pesquisa. Tanto para 2023 quanto para 2024, a projeção se manteve inalterada. Prevê-se que em 2023 a taxa permaneça em 4,9%, refletindo o patamar atual do indicador conforme os dados de outubro do Banco Central.

A Febraban interpreta esse cenário como um sinal de que o crescimento da inadimplência estabilizou, mesmo que haja discrepâncias entre os segmentos de pessoa física e pessoa jurídica. Para 2024, a projeção se mantém em 4,6% ao final do ano, indicando uma possível queda em relação a 2023.

A pesquisa da Febraban, realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, apresenta as estimativas dos bancos para várias variáveis econômicas para o atual e o próximo ano. Este levantamento, conduzido entre os dias 20 e 22 de dezembro, entrevistou 18 bancos.