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BC: autonomia não é tema para ser tratado na mídia, diz Campos Neto 

"Esse tema não é para ser tratado na mídia, foi o que combinei com o ministro Haddad. É um tema técnico", disse Campos Neto.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, não ficou contente com o tema do projeto sobre a autonomia financeira da autarquia ter sido mencionado por Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, para a imprensa.

“Esse tema não é para ser tratado na mídia, foi o que combinei com o ministro Haddad. É um tema técnico”, declarou Neto em coletiva de imprensa em São Paulo, após divulgar o RI (Relatório de Inflação) do BC.

Haddad havia dito, na quarta-feira (27), em entrevista à “CNN”, que Campos Neto deveria ter conversado antes com Lula sobre a PEC da autonomia plena do BC.

A proposta foi apresentada por Vanderlan Cardoso (PSD), presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, e, segundo o “Valor”, é patrocinada pelo presidente da autarquia.

Campos Neto reforçou, nesta quinta-feira (28), que o projeto não foi encaminhado pelo BC, e sim pelo Legislativo, mas a instituição pode contribuir. Ele também acrescentou que não houve nenhum projeto do Legislativo sobre o Banco, na sua presidência, que o BC não tenha dado contribuições.

Além disso, o presidente destacou que o BC está fazendo “uma ponte” entre Legislativo e governo, e que há disposição para ceder em vários aspectos e que “estão esperando o governo para conversar sobre isso, onde puder ajudar a fazer essa conexão”.

BC eleva projeção de crescimento do PIB para 1,9%

A partir da divulgação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), nesta quinta-feira (28), o BC (Banco Central) aumentou a estimativa de crescimento do PIB em 2024 – de 1,7% para 1,9%. Em relação à inflação, o banco projetou uma inflação de 3,5%. 

Para o setor agropecuário, a projeção foi alterada de avanço de 1% para desaceleração de 1%, devido, principalmente, à “irregularidade das chuvas e temperaturas elevadas em grande parte das regiões produtoras”

Já para a indústria, a estimativa avançou de 1,7% para 2,2%, enquanto, para Serviços, o crescimento foi revisado de 1,9% para 2%.