O BC (Banco Central) tenta caminhar no sentido de elevar a transparência, mas não a ponto de gerar ruídos. A afirmativa foi feita nesta quinta-feira (26) pelo presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, durante a coletiva para comentar o RTI (Relatório de Inflação Trimestral).
“A gente tentou caminhar sempre no sentido de aumentar a transparência, mas sempre há um debate em algum momento de que há um limite, um ponto de inflexão em que, se aumenta a transparência rápido demais sobre muitos itens ao mesmo tempo, gera ruído”, disse Roberto Campos Neto, de acordo com o “Valor”.
“Quero aumentar a transparência, mas preciso fazer isso de uma forma que não gere mais ruído”, acrescentou.
Ele apontou que esse é o motivo para que, às vezes, o BC espere algum estudo ou dado estar mais maduro para ser publicado. “A pergunta é: por que não publicar tudo de forma transparente de uma vez só? O histórico mostra que isso pode gerar ruído”, declarou.
Campos Neto: BC pode corrigir decisões anteriores, mas não houve erros
Os rumos do ciclo monetário foram alterados na semana passada, quando o BC (Banco Central) decidiu pelo aumento da Selic (taxa básica de juros). O presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou que pode haver uma correção nos rumos, mas que o colegiado não considera as medidas tomadas anteriormente como erradas.
“Em alguns momentos, podemos corrigir coisas que fizemos no passado, mas a gente não considera que é um erro. Naquele momento, com as informações que a gente tinha, com a visibilidade que a gente tinha, entendíamos que este era o curso a ser seguido”, disse Campos Neto em entrevista coletiva após a apresentação do RI (Relatório de Inflação) do terceiro trimestre.
“Mas depois, ao longo do curso, você pode chegar à conclusão que aquele conjunto de informações que você tinha no momento não foi o que se mostrou verdade ao longo do tempo. Sempre com o objetivo de ser transparente, da inflação convergir para a meta, com o menor custo para a sociedade”, prosseguiu, de acordo com o “Valor”.