Copom

BC deve manter plano para Selic, aponta BTG Pactual (BPAC11)

“Em seu cenário de referência, o BC ainda não vê a inflação convergindo para a meta baseada no cenário de Selic”, disseram analistas.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após a divulgação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram os avanços do BC (Banco Central), por meio do Copom (Comitê de Política Monetária). A tese é que os novos dados sobre a inflação não devem provocar mudanças no ritmo de cortes da Selic (taxa básica de juros).

“Como é habitual, não houve alterações nos cenários condicionais do RTI, uma vez que as principais informações já foram divulgadas (IPCA de 3,5% para 2024 e 3,2% para 2025). A estimativa do IPCA para 2026 também foi mantida (em 3,2%). Assim, em seu cenário de referência, o BC ainda não vê a inflação convergindo para a meta baseada no cenário de Selic da pesquisa Focus (9% em 2024)”, apontou o BTG Pactual (BPAC11), de acordo com o “Suno”.

Os analistas pontuaram que, já que o período encerrado em fevereiro registrou um dado inesperado de 53 bps, depois de alguns trimestres na direção oposta, a inflação medida pelo IPCA foi superior às projeções do BC.

“De acordo com o RTI, esta surpresa ascendente foi atribuída principalmente aos preços monitorados e à alimentação no domicílio. O QIR afirmou que a inflação no segmento de serviços ficou próxima dos níveis projetados, mas com grandes diferenças na sua composição”, explicaram.

“Segundo o Relatório, houve uma surpresa ascendente na componente subjacente de serviços, apenas parcialmente explicada pela inflação mais forte do que o previsto no subgrupo de serviços”, concluíram.

BC: autonomia não é tema para ser tratado na mídia, diz Campos Neto 

O presidente do BC (Banco Central)Roberto Campos Neto, não ficou contente com o tema do projeto sobre a autonomia financeira da autarquia ter sido mencionado por Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, para a imprensa.

“Esse tema não é para ser tratado na mídia, foi o que combinei com o ministro Haddad. É um tema técnico”, declarou Neto em coletiva de imprensa em São Paulo, após divulgar o RI (Relatório de Inflação) do BC.

Haddad havia dito, na quarta-feira (27), em entrevista à “CNN”, que Campos Neto deveria ter conversado antes com Lula sobre a PEC da autonomia plena do BC.

A proposta foi apresentada por Vanderlan Cardoso (PSD), presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, e, segundo o “Valor”, é patrocinada pelo presidente da autarquia.

Campos Neto reforçou, nesta quinta-feira (28), que o projeto não foi encaminhado pelo BC, e sim pelo Legislativo, mas a instituição pode contribuir. Ele também acrescentou que não houve nenhum projeto do Legislativo sobre o Banco, na sua presidência, que o BC não tenha dado contribuições.