Evento do BofA

BC: diretor defende ‘choque fiscal’ para mudar expectativas

Na avaliação do diretor do BC, a desaceleração esperada para os gastos públicos no segundo semestre não deve se refletir nessas projeções

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BC / Foto: Reprodução

O diretor de Organizações do Sistema Financeiro e Resoluções do BC (Banco Central), Renato Gomes, declarou na sexta-feira (25) que será necessário algum tipo de “choque fiscal” de longo prazo para alterar as expectativas de inflação de forma substancial.

Na avaliação do diretor do BC, a desaceleração esperada para os gastos públicos no segundo semestre não deve se refletir nessas projeções.

“Você precisa de algo mais duradouro para impactar essas expectativas de inflação”, declarou Gomes em evento do BofA (Bank of America) em Washington, nos EUA. A informação é do “InfoMoney”.

“Um país que assegura aos investidores a sustentabilidade do arcabouço fiscal e a convergência da dívida pública impactará mais diretamente as expectativas”, acrescentou o diretor.

Gomes também citou a incerteza em relação à política fiscal como um dos pontos que explicam a atual desancoragem das expectativas de inflação. Além disso, ele mencionou outros fatores, como a incerteza em torno da inflação corrente, à medida que ocorrem choques de oferta nos preços de energia e alimentos.

“A depreciação da taxa de câmbio também pressiona os comercializáveis; talvez essa seja a razão pela qual os preços industriais não estejam mais ajudando tanto quanto no passado”, concluiu.

BC: eleição nos EUA pode afetar condições para a curva de juros

O diretor de organização do sistema financeiro e resolução do BC (Banco Central), Renato Gomes, comentou nesta quinta-feira (24) que as incertezas existem tanto no cenário doméstico como no externo. 

Durante participação em evento sobre conjuntura econômica e inovação financeira, organizada pelo HSBC, em Washington, nos EUA, o dirigente do BC destacou que a decisão de iniciar o aperto gradual no ciclo de política monetária auxilia o BC a comunicar aos mercados que a autarquia está seguindo a mesma função de reação de antes.

Em setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic (taxa básica de juros), que saiu de 10,50% para 10,75% ao ano na última reunião.

Enquanto isso, considerando o cenário externo, Gomes citou que a eleição nos EUA pode afetar “severamente” as condições financeiras para a curva de juros e afetar os mercados emergentes.