O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse, nesta segunda-feira (27), que definir os juros neutros no país será um desafio “particularmente” difícil em comparação aos BCs de outras economias, devido ao período prolongado de política acomodatícia.
“A ausência de movimentos significativos na taxa de juros representa um obstáculo considerável na avaliação da resposta da economia às mudanças”, apontou Ueda.
De acordo com o presidente do Banco do Japão, o objetivo agora é ancorar novamente as expectativas de inflação dentro da meta de 2%, para alcançar estabilidade de preços de modo “estável” e “sustentável”.
Ueda também reiterou que o banco “esgotou” sua alavancagem sobre as taxas de juros de curto prazo como forma de estimular a economia.
Segundo ele, o Japão saiu da “armadilha de zero inflação” ao quebrar o ciclo de comportamento de preços de empresas, que seguiam uma “natureza intrínseca de expectativas baixas” em que uma empresa não elevava preços ou salários porque acreditava que os concorrentes também não elevariam.
Japão entra em recessão e perde posto de 3ª maior economia
O Japão surpreendeu ao entrar em recessão no final do ano passado e, com isso, perdeu seu título de terceira maior economia do mundo para a Alemanha.
Isso levantou questões sobre o momento em que o Banco Central japonês começará a sair de sua política monetária ultrafrouxa, que já está em vigor há uma década.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão registrou uma queda de 0,4% em termos anualizados durante o período de outubro a dezembro, de acordo com dados divulgados pelo governo no dia 15 de fevereiro.
Essa contração contrastaram com as previsões do mercado, que apontavam para um aumento de 1,4%, após uma queda de 3,3% no trimestre anterior.