PIB mais fraco

BC: economia precisa desacelerar para levar inflação à meta

Diogo Guillen pontuou que desaceleração desejada pelo BC é um elemento necessário para convergência da inflação à meta

O diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen / Foto:
Paulo Pinto/Agência Brasil
O diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen / Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira (7) ser preciso reduzir o hiato do produto e desacelerar a economia brasileira para que a inflação venha à meta que a autarquia persegue, de 3%.

Guillen também disse, durante um evento promovido pelo Banco de Portugal em Lisboa, que a autoridade monetária brasileira vê o hiato do produto como positivo no País, mas com potencial de se tornar negativo em seis trimestres.

O que ele se refere como hiato do produto representa a diferença entre o PIB (Produto Interno Bruto) do país e seu PIB potencial. Dessa forma, um hiato positivo pressiona a inflação.

Atualmente o BC trabalha com a meta inflacionária de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Conforme dado mais recente do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), nos últimos 12 meses finalizados em janeiro de 2025 houve uma alta de preços acumulada de 4,56%.

Para reconduzir a inflação à meta, o BC está em um ciclo de elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano.

Paralelamente, o diretor pontuou que o BC trabalha com um cenário onde pressupõe que a atividade econômica do Brasil vai desacelerar, fator visto como parte do “processo de transmissão da política monetária e elemento necessário para convergência da inflação à meta”.

Ao tratar do PIB brasileiro, Guillen destacou os sinais de fraqueza nos dados referentes a 2024, divulgados mais cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com o consumo das famílias também abaixo, sugerindo moderação nesta rubrica.

BC diz que novas regras do Pix não têm a ver com situação fiscal

O chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC (Banco Central), Breno Santana Lobo, disse que as mudanças no Pix servem para combater fraudes e ‘não tem nada a ver com a situação fiscal da pessoa’. De acordo com ele, as medidas não têm o objetivo de restringir o acesso ao meio de pagamento.

O dirigente do BC destacou que as instituições financeiras só vão excluir as chaves Pix se houver evidência de fraude. Se não seguirem as novas normas, essas instituições vão sofrer penalidades, como a aplicação de multas.

“Essa medida é para a gente combater a fraude. Não é uma medida para a gente limitar o uso do Pix pelas pessoas. Então não tem nada a ver com a situação fiscal da pessoa. Se a pessoa está pagando imposto, não está pagando imposto. Isso não tem nada a ver com o uso do Pix”, disse Lobo.

“O que a gente não quer é que pessoas mortas usem o Pix. Pessoas que cometeram fraudes na inscrição do CPF e pessoas com algum problema cadastral e não com problema fiscal na base de CPF, de CNPJ, que isso vale para a empresa também, na Receita Federal, continuam usando o Pix”, prosseguiu o executivo do BC.

“Então é uma medida bem focada no combate à fraude. Não tem absolutamente nada a ver com restringir o uso do Pix pelas pessoas”.